03 ago, 2017 - 20:03
O abastecimento de água a algumas localidades do Alentejo já está a ser feito com recurso a autotanques e novos furos devido à seca, disse à Renascença o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.
“Temos cerca de 1.500 pessoas que estão afectadas por dificuldades a partir de captações subterrâneas. Estão a ser feitos novos furos de captação, de maneira a minimizar esses problemas, e está a ser feito o transporte de água através de camiões cisterna”, explica o governante.
O problema, que se deve à seca, atinge “algumas pequenas localidades de Arraiolos, Mértola, Odemira”. Também já foram identificados alguns problemas pontuais no abastecimento público de água em Borba e Alandroal.
“As pessoas estão todas, por enquanto, a ser abastecidas, só que o abastecimento está a ser garantido com autotanques que colocam a água nos reservatórias, e depois chega normalmente à casa das pessoas que, por enquanto, quase não dão conta desta dificuldade. Do ponto de vista operacional, há custos acrescidos de operação”, refere Carlos Martins.
A Comissão de Monitorização e Prevenção da Seca está a vigiar os limites das albufeiras onde as reservas de água são mais preocupantes, nomeadamente, a albufeira do Monte da Rocha, em Ourique; e a barragem da Vigia, no Redondo; ambas no Alentejo.
O secretário de Estado do Ambiente participou, esta quinta-feira, numa reunião da Comissão, em Castro Verde, onde foram acertadas medidas com vista a garantir aquela que é a prioridade do Governo: o abastecimento público de água.
Carlos Martins afirma que a prioridade é o abastecimento público. Para garantir a qualidade da água, os animais vão deixar de beber directamente nas albufeiras mais afectadas pela seca e também poderão ser retirados peixes no Monte da Rocha.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no final de Julho, quase 79% do território do continente estava em seca severa ou extrema, o que está a causar problemas nas reservas hídricas.
O Governo diz que a situação é comparável às condições registadas em 1995 e está a monitorizar as reservas nas barragens causam preocupação.