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PCP e CDS criticam Governo por causa da Venezuela

03 ago, 2017 - 14:22

Os comunistas criticam o facto de o Governo não reconhecer a Assembleia Constituinte e o CDS diz que Portugal tem sido demasiado brando com o regime venezuelano.

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O PCP criticou esta quinta-feira o Governo português por não reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela por ser "contrária aos interesses da comunidade portuguesa" e à necessidade de "estabilidade política" no país.

Um dia depois de o Governo ter seguido a opção da União Europeia, de não reconhecer a Constituinte eleita no domingo, o PCP afirmou, em comunicado, que "a segurança da comunidade portuguesa residente na Venezuela implica a condenação das acções desestabilizadoras, terroristas e golpistas".

Os comunistas portugueses têm apoiado o Governo do presidente Nicolas Maduro e acusam os Estados Unidos e a União Europeia de contribuir "para alimentar actos de ingerência".

É uma "atitude de respeito pela soberania da Venezuela e da sua ordem constitucional e não a contribuição para alimentar actos de ingerência que, indisfarçadamente a administração norte-americana e a própria União Europeia prosseguem", que ajudará a "assegurar a normalização da situação" no país, lê-se no comunicado.

Logo na segunda-feira, o PCP saudou o "acto de afirmação democrática" da Venezuela nas eleições de domingo para a Assembleia Constituinte e exigiu que o Governo português tenha uma "atitude de respeito pela soberania" do país.

CDS acusa Governo de ser brando e PCP de apoiar ditadura

Também o CDS critica o Governo, mas pela razão contrária. Segundo Telmo Correia, Portugal tem sido demasiado brando na censura ao regime venezuelano.

“Estas eleições para a constituinte não são só um passo negativo, como disse o senhor ministro, muito mais grave que isso, são um passo em frente no sentido de uma ditadura que se está a consolidar”, disse, numa declaração aos jornalistas.

Telmo Correia aproveitou para lançar uma farpa ao PCP, o único dos principais partidos portugueses que continua a apoiar o regime de Maduro. “Para nós é extraordinário e surpreendente como é possível que alguém, vivendo em democracia, pode defender e até elogiar um regime deste tipo e uma ditadura deste tipo.”

Por fim, Telmo Correia manifesta preocupação pelo futuro da comunidade caso o cenário na Venezuela piore. “Se a situação se vier a agravar, o que não desejamos, mas não é impensável, está o Governo português em condições de garantir a retirada dos portugueses e dos luso-descendentes?”

Europa não reconhece Constituinte

A União Europeia recusou, na quarta-feira, reconhecer a Assembleia Constituinte eleita no domingo na Venezuela e pediu que a "instalação efectiva" daquele órgão seja suspensa, de acordo com declarações da chefe da diplomacia, Federica Mogherini, em nome dos Estados-membros.

Também na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que Portugal, tal como os restantes países da União Europeia, não pode reconhecer a Assembleia Constituinte da Venezuela eleita domingo, a qual classificou de "um passo negativo".

Convocada a 1 de Maio pelo Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, a eleição da Assembleia Constituinte decorreu no domingo passado sob uma forte vigilância militar.

Maduro convocou a eleição com o principal objectivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspectos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.

O Governo reclama uma taxa de participação de 41% nas eleições, mas a oposição contesta estes números, havendo denúncias de manipulação da votação.

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  • Mais uma vez
    03 ago, 2017 st 21:15
    O CDS a querer baralhar para tentar tirar dividendos políticos à custa da segurança de milhares de portugueses que se encontram na Venezuela, merecedores de que a atitude do governo português seja de equilíbrio e não de radicalismos extremados, para não porem em causa a segurança daqueles portugueses! Claro que o CDS dentro da sua hipocrisia a que nos vem habituando, joga com tudo para atacar o governo e lançar a desestabilização! Mostram que não são um partido de oposição credível! As declarações da lider, hoje, a passear num meio que não lhe é agradável, foram manipuladoras, tendenciosas e vergonhosas!
  • Luis Jorge
    03 ago, 2017 Caracas 19:57
    Sem duvida que a decisao do governo portugues apesar de nao ser a desejavel para muitos, é a mais responsavel para todos.. Aquí existe uma comunidade portuguesa muito diversa da qual ha uma parte que se encontra numa situacao muito vulneravel. O importante é que o governo portugués continue atento ao desenvolvimento dos aconteimentos e com especial atencao aos portugueses mais carenciados muitos dos quais estao a pasar fome. Aos camaradas do PCP, alguns dos quais conheco pessoalmente, devo dizer-les que estao completamete enganados na apreciacao que fazem, quer do momento político, (incluindo a ANC) quer do sistema político que temos atualmente na Vnzla, e mais nao posso dizer!,
  • juzze do vale
    03 ago, 2017 Porto 16:08
    Os extremos unidos....! Esta gente ignora que existem cerca de 500 mil emigrantes...e uma posição mais dura com o actual regime pode por em causa os nossos compatriotas?
  • Realmente
    03 ago, 2017 Lis 16:06
    É dificil de entender os CDSs. O que eles querem é estar no contra pelo contra! Até o ex ministro dos negócios estrangeiros do desgoverno deles vem dizer que faria tudo idêntico ao actual ministro! CDS partido do ruido e das exigências de demissões! Os irrevogáveis iguais a si próprios.
  • rosinda
    03 ago, 2017 palmela 15:39
    Realmente e muito dificil entender o ponto de vista dos comunistas!
  • Alberto
    03 ago, 2017 FUNCHAL 15:02
    A culpa é de quem NÃO ILEGALIZOU o PCP no 25 de Novembro de 1975, quando armou civis que mataram Militares - ver tenente Coimbra - dos Comandos da Amadora.

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