A+ / A-

Venezuela. Portugal não reconhece Assembleia Constituinte eleita no domingo

02 ago, 2017 - 16:16

"O que ajuda mais e o que prejudica mais a nossa comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela?". Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que esta é a questão central para Portugal.

A+ / A-

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse, esta quarta-feira, que Portugal, tal como os restantes países da União Europeia, não pode reconhecer a Assembleia Constituinte da Venezuela eleita domingo, a qual classificou de “um passo negativo”.

No final da apresentação da candidatura do Porto a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), Augusto Santos Silva disse que a União Europeia (UE) está neste momento a preparar uma declaração que, basicamente, refere que os Estados-membros não podem reconhecer a assembleia constituinte.

Trata-se de “um passo negativo no processo”, disse, acrescentando: “É necessário o regresso à normalidade constitucional, com pleno respeito dos poderes dos órgãos eleitos, pela separação de poderes, e é um apelo muito veemente da nossa parte para que as partes recusem e renunciem a qualquer forma de violência e se envolvam num processo político que resulte num compromisso, o regresso à normalidade constitucional na Venezuela e um calendário eleitoral que seja por todos aceite”.

Sobre o pedido do presidente do Parlamento Europeu à União Europeia para que esta imponha sanções aos membros do Governo venezuelano de Nicolás Maduro, como a limitação dos movimentos no território comunitário e o congelamento de activos económicos, o ministro referiu que ainda não existe uma decisão.

“Não ultrapassamos etapas e definimos sempre a nossa posição, o nosso falar e o nosso silêncio a partir da pergunta principal: o que ajuda mais e o que prejudica mais a nossa comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela. Não faço nada que prejudique e faço tudo o que possa ajudar”, garantiu.

A este propósito, referiu que “o Governo português concorda com a posição da União Europeia, que ainda não considerou a possibilidade de utilização de outras acções políticas e diplomáticas”.

Sobre a comunidade portuguesa e luso-venezuelana que se encontra na Venezuela, Santos Silva garantiu que esta é a principal preocupação do governo.

“Temos procurado manter todos os canais com a nossa comunidade portuguesa residente na Venezuela e com os luso-descendentes e esse nosso cuidado vê-se, por exemplo, no facto de a nossa transportadora aérea ser das poucas que viaja regularmente para a Venezuela”.

E adiantou: “É importante que se mantenham todos os canais de comunicação com a nossa comunidade e com as autoridades venezuelanas porque a nossa obrigação número um é para com os portugueses e os luso-venezuelanos que vivem na Venezuela”.

Sobre um eventual apoio extraordinário aos portugueses que estão a regressar da Venezuela, o ministro disse estar a trabalhar com as autoridades madeirenses “com grande espírito de solidariedade recíproca”.

“As autoridades madeirenses ficaram de proceder a uma estimativa precisa e rigorosa de eventuais sobrecustos que estejam a incorrer”, afirmou, adiantando que “há já processos em curso em várias áreas”.

“A Região Autónoma da Madeira é autónoma. Mas isso não quer dizer que não exista solidariedade nacional”, garantiu.



Se está na Venezuela e for seguro para si, conte-nos como está a viver estes acontecimentos. Pode enviar e-mail para video@rr.pt ou deixar mensagem privada através do Facebook da Renascença.
Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • zé miséria
    03 ago, 2017 GODIM 19:54
    Com que então é a direita na Venezuela que anda a por o pais neste estado? Tristes COMUNISTAS que já poucas pessoas convencem.
  • Carla Sacramento
    03 ago, 2017 Caminha 13:18
    Porquê deste Marco Visan andar aqui numa de bombeiros a defender maduro e chaves.Nada estes crápulas fizeram pela Venezuela.Apenas vendiam o petróleo quando estava em alta metiam milhões em suas contas e davam uns trocos ao povo.Agora o preço do petróleo baixou tanto que a sua extração é superior ao valor do mercado.Conclusão a economia da Venezuela estoirou.O dinheiro está acabar, mas para oligarquia comunista e socialista ainda rende,agora divisas para comprar comida e medicamentos para o povo,nem vê-lo.Por isso maduro e sua trupe vão ter de responder por matar com armas e à fome um povo bondoso e pacifico.Só espero que nessa altura o tribunal não. tenha contemplações e mande o madura e sua oligarquia para o fuzilamento É o que merece estes carniceiros do povo. Agora você Visan que faz cá neste Psis democrático e respeitador das liberdades.Vá-se embora para lá porque a sua comissão cá acabou.E se não for já, os Venezuelanos cá residentes encaregar-se-ão de o devolver à procedência, mas dentro de um fato igual aos que maduro manda liquidar na rua.
  • Marco Visan
    03 ago, 2017 Lisboa 08:57
    Uma coisa é esclarecer; a outra é mentir, como faz o comentador «Emigrante», ao dizer que a Venezuela teve um dos melhores sistemas de educação e saúde. O dito «Emigrante» esqueceu-se do período oligárquico vivido na Venezuela, onde as pessoas contra as políticas seguidas pelo estado eram presas, mortas ou tidas como desaparecidas. O mesmo «Emigrante» não se esclareceu acerca das novas missões da Venezuela, trazidas com Hugo Chávez e perpetuadas pelo governo de Nicolás Maduro. Por exemplo, em matéria de saúde, as maternidades não cobram custos nenhuns pelo nascimento das crianças. Ao contrário, na Colômbia, são cobrados custos. A missão de apoio a crianças com deficiência é uma das melhores da América Latina, como também o apoio aos pensionistas. É pena que o dito «Emigrante» não queira ver aquilo que de muito bom trouxe o socialismo à Venezuela. Se visse e quisesse compreender, deixaria de vir aqui arrotar as suas postas de pescada contra a Venezuela.
  • emigrante
    02 ago, 2017 Belo Horizonte 20:26
    A Venezuela no início dos anos 70 tinha um dos melhores sistemas de educação e de saúde de toda a América do Sul sem custos para os cidadãos, os políticos tem vido a destruir com demagogia e corrupção. O PCP que tanto defende o governo de Maduro, devia esclarecer qual a razão que os seus camaradas fogem com dinheiro da corrupção para o seu inimigo Estados Unidos, e qual a razão de terem investido em refinarias nesse país, em vez de por exemplo em Cuba, ou cumprirem com o contrato que assinaram com o governo Brasileiro para a construção da refinaria no nordeste brasileiro.
  • maria
    02 ago, 2017 lisboa 19:32
    finalmente uma atitude de jeito, tanto petróleo , tanta miséria , fome e ditadura
  • Antonio Ferreira
    02 ago, 2017 Porto 19:25
    Felizmente os portugueses não são parvos e já perceberam tudo. Por isso, a maioria dos portugueses vota claramente não ao comunismo, no nosso país. Porquê ? Porque não quer ser a antiga União Soviética. Porque não quer viver na miséria como os países do ex- bloco comunista: Roménia, Hungria, Polónia Rep. Checa, etc. etc. Porque não quer ser invadido pelos tanques soviéticos, como na Republica Checa, ou na Hungria do antigamente. Por isso, contra tudo e contra todos queremos, a maioria expressa em votos, continuar na UE que independentemente dos problemas que existem não envia tanques ´´ soviéticos ´´ , como na antiga Rep. Checa, para esmagar o povo que não aceita as ingerências dos outros. Esta é a diferença, entre países democráticos como os europeus e os imperialismos; sejam soviéticos ou americanos, ainda que nos EUA as pessoas tenham a liberdade de falar e votar, e na ex- União Soviética, votar, nem pensar e falar dava lugar garantido na Sibéria. É por isso que só cerca de 10 %, ainda, votam no PCP.
  • ac
    02 ago, 2017 lx 18:50
    E o PCP o que tem a dizer. Pensa mais na sua ideologia e propaganda do século passado que nos portugueses que lá vivem e têm de ir ao lixo comer
  • Fernando Pedroso
    02 ago, 2017 Almada 18:42
    Como era a Venezuela antes de Chaves ??? Milhões não sabiam o que era um médico, milhares de crianças nunca tinham visto um professor, a mortalidade infantil era enorme. A Venezuela era de 10% de previligiados, os restantes 90% viviam na miséria. Esta é a verdade que não passam para a opinião publica. Chaves colocou médicos e professores cubanos, atacou interesses económicos instalados. Atacou os poderosos, e o capital não perdoa. Sabota, paga a agitadores. É a luta de classes, já se viu estas imagens no Chile na Argentina no Brasil, e até cá em 1975. O que vem a publico é o normal, é a mensagem dominante, e só acredita nela quem não vai mais longe.
  • Ó Miguel Botelho
    02 ago, 2017 Lis 18:41
    Se a maledicência pagasse imposto tinhamos grande parte dos problemas resolvidos! Você era um contribuinte de grande peso! Candidate-se a ministro dos negócios estrangeiros e deixe de ser treinador de bancada!
  • Jotapê
    02 ago, 2017 Cascais 18:37
    Mas os ultra radicais comunistas portugueses (PCP) dizem que "aquilo" foi muito democrático e de acordo com a constituição!

Destaques V+