21 jun, 2017 - 16:28
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A presidente da Câmara de Góis pede ajuda ao Estado para que o concelho possa recuperar, o mais rapidamente possível, dos incêndios dos últimos dias. Em entrevista à Renascença, Lurdes Castanheira agradece as palavras de conforto, mas diz que agora é preciso “passar à acção”.
“Não temos de ficar com a assunção de todos os compromissos. Não podemos. Julgo que não é nada de transcendente aquilo que estamos a pedir. Há de facto formas atípicas de apoiar as calamidades, temos que reunir esforços. É importante que as pessoas nos visitem para dar palavras de apoio e de conforto, mas vamos passar à acção”, apela a autarca.
Num balanço ainda provisório dos estragos causados pelo fogo, Lurdes Castanheira diz que há, pelo menos, “entre oito a nove mil hectares ardidos”.
As chamas ameaçaram dezenas de aldeias, situação que obrigou a retirar cerca de 160 pessoas das suas casas, refere a autarca de Góis.
Em alguns casos não foi possível convencer os moradores a abandonar as aldeias. “Vivenciei uma situação na aldeia de Corte de Redor, em que estava dez pessoas. Ninguém quis sair, enquanto houvesse mangueiras e água pediram para não sair”, conta Lurdes Castanheira.
As pessoas que aceitaram sair foram levadas para várias instituições de Góis, como a Casa da Cultura, Santa Casa e a Associação Desenvolvimento. Até haver condições de regressarem a casa, têm cama, comida e todos os cuidados garantidos.
“Assegurámos o fornecimento de refeições em parceria com as instituições particulares de solidariedade social. Não nos podemos queixar em momento algum de falta de solidariedade, de apoios, de tudo”, sublinha Lurdes Castanheira.