16 jun, 2017 - 11:20 • Olímpia Mairos
A Feira do Granito de Vila Pouca de Aguiar abre portas esta sexta-feira prolongando-se até domingo, para mostrar aquele que é o sector económico mais marcante no concelho. O ponto alto volta a ser o “arrastão da grande pedra”, no domingo à tarde, em que centenas de populares das aldeias do concelho unem esforços para arrastar uma pedra de 12 toneladas.
É mais uma vez um “regresso às origens, para homenagear a pedra rainha da região, o granito, e destacar a força e a determinação das gentes do interior”, explica o vereador Duarte Marques. “Antigamente, antes de se recorrer à ajuda dos animais, era à força dos braços do homem que se transportavam as pedras para a construção de casas ou monumentos”.
“O arrastão de 12 mil quilos de pedra quer enaltecer a força e a tenacidade das gentes de Vila Pouca”, realça o vereador.
O esforço colectivo será, depois, compensado com uma “supersopa de pedra” para retemperar energias.
A feira conta com 130 expositores, dos quais cerca de quatro dezenas associados à indústria do granito, numa organização da Câmara de Vila Pouca de Aguiar e da Associação dos Industriais do Granito (AIGRA).
O certame dá a conhecer “muita pedra”, mas divulga também o artesanato e os produtos regionais e dá a provar a gastronomia local. No recinto haverá 30 expositores com tasquinhas e produtos regionais. E muita animação musical e cultural assegurada por artistas nacionais e regionais.
Sector gera 100 milhões por ano
Em Vila Pouca de Aguiar existem cerca de 50 empresas ligadas à extracção e transformação de granito, que empregam à volta de duas mil pessoas e geram anualmente 100 milhões de euros de volume de negócios.
A feira, que vai já na 16ª edição, serve para “mostrar a capacidade produtiva e transformadora dos industriais do concelho e toda a economia associada a este recurso natural”, indica o vereador Duarte Marques.
O sector do granito tem em Vila Pouca de Aguiar “muita expressão económica e social porque emprega directamente milhares de pessoas em todas as empresas que exploram e transformam o granito, para além de gerar empregos indirectos, relacionados com actividades complementares, que vão desde os factores de produção, aos transportes, combustíveis e à restauração”, sublinha o autarca.
Anualmente, são extraídas cerca de 300 mil toneladas de granito Amarelo Real, Pedras Salgadas e Cinza Telões, todos certificados pelo Instituto Geológico Mineiro (IGM).
O mercado interno continua a ser forte, mas o granito é cada vez mais vendido para o mercado internacional, com destaque para outros países da Europa - Alemanha, França e Inglaterra, para o Brasil e para África.
“A retracção económica em Portugal, e a estagnação nas obras públicas, obrigou as empresas a restruturarem-se, a renovarem-se, e a inovar, o que permitiu alcançar novos mercados e novos clientes muito mais significativos”, indica Duarte Marques, revelando que “as exportações estão a crescer”.
Em Portugal, a extracção e transformação da indústria do granito inserida no sector das rochas ornamentais geram, anualmente, uma produção de cerca de mil milhões de euros, em cerca de 3.300 empresas que integram 24.000 trabalhadores e exportam para 116 países.