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Se tropeçar num tapete pode estar em Arraiolos

09 jun, 2017 - 16:03 • Rosário Silva

De 9 a 18 de Junho, “O Tapete está na Rua”.

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Não voam como o tapete de Aladino, mas concentram em si a magia de uma arte que é uma das expressões mais genuínas do artesanato regional português. Os tapetes de Arraiolos galgam as portas das casas e das lojas e mostram-se nas ruas entre 9 e 18 de Junho.

“É o nosso tapete, o nosso património, que tem um papel importante pelo seu valor artístico e milenar, e continua a trazer milhares de pessoas ao concelho”, refere à Renascença, Sílvia Pinto.

A vila histórica repete o ritual, em mais uma edição de “O Tapete está na Rua” e estende os seus tapetes nas ruas e praças, pendurando-os nas portas, janelas, varandas e nos edifícios mais distintivos do centro de Arraiolos.

É que esta é também uma oportunidade para mostrar o que se faz de melhor na vila e promover o afamado produto. “Não podemos esquecer que é uma grande atracção turística e uma das principais actividades económicas do concelho”, alerta Sílvia Pinto.

Como chamariz, o município volta a expor aquele que é o maior tapete alguma vez fabricado na vila. São 240 quilos e 120 m2 estendidos na praça do município para apreciar, mas não só.

“Queremos, de novo, alertar para a necessidade da certificação, evitando as falsificações”, sublinha a presidente da Câmara.

Por outro lado, a autarca promete animação e boa disposição para quem quiser meter mãos à obra. “Quem vier a Arraiolos nestes dias, vai encontrar grande variedade de actividades e, creio que será do agrado de todos, vai poder experimentar fazer também este nosso produto e perceber todo o processo de produção”, revela.

A festa dos tapetes faz-se, assim, de muitas iniciativas que convidam a uma passagem pelo concelho. Exposições, um mercado medieval, animação de rua, o lançamento do livro “Pedaços” de Alda Barreiros ou oficinas de trabalho onde é possível aprender a coser, são aspectos de um programa elaborado a pensar nas pessoas.

À semelhança de outros anos, a música não vai faltar no programa. O palco do evento vai receber Diogo Piçarra (dia 9), Carlão (dia 10), Áurea (dia 16), Bruno Nogueira e Manuela Azevedo (dia 17) e, por fim, no dia 18, a fadista Ana Moura.

Este ano, associado ao tapete são organizadas as marchas populares - um espectáculo agendado para a noite de 14 de Junho que vai contar com cerca de 700 marchantes de todo o concelho.

Centro Interpretativo valoriza Arraiolos

Em 2013, os famosos e artesanais tapetes de Arraiolos ganharam um centro interpretativo para a sua valorização e salvaguarda.

O espaço museológico nasceu depois de ter sido remodelado o edifício do antigo Hospital do Espírito Santo, junto ao pelourinho, na Praça do Município, em pleno centro histórico.

A presidente da câmara, Silvia Pinto, destaca o facto do centro interpretativo ter uma dupla missão já que pretende ser "um repositório do historial, origens, métodos e técnicas por um lado, e, por outro, um local de estudo de novas perspetivas, medidas e desenhos".

O acervo do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos é constituído por quatro coleções: Coleção “Tapetes de Arraiolos”, “Coleção Etnográfica”, Coleção "Sub-Tenente Piteira” e Coleção "Paróquia Nossa Senhora dos Mártires". Organizadas e agrupadas segundo diferentes critérios, o conjunto das quatro coleções tem objetos que se podem incluir, nas artes decorativas, etnografia e arte sacra.

Do Tapete de Arraiolos, bordado a lã sobre tela, conhecem-se referências já desde os finais do século XVI (1598), com origem na vila alentejana com o mesmo nome, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I.

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