08 jun, 2016 - 15:36 • Celso Paiva Sol
O Sistema de Informações de Segurança (SIS) está a fazer “uma avaliação interna dos mecanismos de segurança”, depois de um dos seus elementos ter sido detido por suspeita de violação de segredo de Estado e corrupção.
Em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação dos novos sites das secretas portuguesas, o Secretário-Geral do Sistema de Informações da República, Júlio Pereira, garantiu que a detenção de Carvalhão Gil deu origem a procedimentos internos que visam reforçar a segurança.
Nestas declarações, Julio Pereira garantiu ainda que o caso não afectou a credibilidade dos serviços de informações portugueses e que até têm recebido diversas mensagens de serviços estrangeiros que felicitam a forma como a situação foi gerida e resolvida.
No site do SIS está igualmente disponível um comunicado sobre o assunto no qual os serviços revelam que “recolheram-se elementos seguros sobre a realização de encontros clandestinos no estrangeiro entre um funcionário do SIS e um outro de um serviço de informações estrangeiro”.
“Na sequência destes resultados, o Secretário-Geral do Sistema de Informações da República Portuguesa participou, em Novembro de 2015, ao Ministério Público a suspeita da prática de crime de espionagem, a favor de um serviço congénere estrangeiro, envolvendo o oficial de informações do SIS”, acrescenta a nota.
O comunicado destaca ainda “a excelente cooperação entre o Ministério Público, a Polícia Judiciária e o SIS no decurso das investigações que conduziram à detenção no dia 21 de Maio de 2016, no âmbito de uma operação conjunta entre a Polícia Judiciária e as autoridades italianas, dos dois oficiais de informações, durante um encontro que realizavam em Itália, na cidade de Roma”.
Feita a detenção e já depois do primeiro interrogatório em tribunal, Frederico Carvalhão Gil ficou preso preventivamente. O processo, que se encontra em segredo de justiça, segue os seus termos no Ministério Público e na Polícia Judiciária.