06 jun, 2017 - 07:54
O Ministério Público está a investigar alegadas irregularidades praticadas por uma associação que promovia festas privadas no Mosteiro dos Jerónimos. A averiguação surge depois de uma auditoria à gestão da directora Isabel Almeida.
A notícia é avançada pelo “Diário de Notícias”, segundo o qual a associação em causa tem como vice-presidente a directora do mosteiro.
Trata-se da World Monuments Fund (WMF), uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada à recuperação de edifícios históricos, mas que promoveu festas privadas nos Jerónimos, pelas quais cobrou mais do que a própria Direcção-Geral do Património Cultural, que gere o monumento.
É que, segundo o jornal, até 2014 cabia aos directores dos monumentos decidir o montante a cobrar pela cedência de espaços. As regras alteraram-se nesse ano com o secretário de Estado Barreto Xavier, que decidiu tabelar os preços.
A discrepância dos montantes cobrados foi descoberta numa auditoria da Direcção-Geral do Património Cultural, que encontrou também irregularidades respeitantes a outra associação: a portuguesa “Troca Descobertas”.
Sendo igualmente uma associação sem fins lucrativos, cobra por actividades realizadas no Mosteiro dos Jerónimos, mas não dá qualquer compensação ao Estado.
Os eventos são promovidos e anunciados em sites públicos e na própria página da Direcção-Geral do Património na internet.
Além disso, avança o jornal, algumas das fundadoras da associação, mesmo sem vínculo ao Estado, chegaram a ter endereços oficiais de e-mail do Mosteiro dos Jerónimos.
O relatório final da auditoria foi enviado ao Ministério Público.
Irregularidades antigas
A liderança de Isabel Cruz Almeida terá terminado em Janeiro deste ano, mas ainda aparece como directora do Mosteiro dos Jerónimos no site oficial do monumento.
Durante a sua vigência, recorda o “Diário de Notícias”, ocorreram outros casos de irregularidades, detectadas pelo Tribunal de Contas e que acabaram por levar ao despedimento de 11 trabalhadores e à instauração de um inquérito.
Em causa estava um alegado desvio de dinheiro da venda de bilhetes no mosteiro e na Torre de Belém para proveito próprio de alguns funcionários. No total, 152.345 euros.
Contactada pela Renascença, Isabel Cruz Almeida remeteu qualquer esclarecimento para a Direcção Geral do Património Cultural, sublinhando que aquele organismo dispõe de todos os elementos.
A Renascença já solicitou esses esclarecimentos, aguardando por uma resposta por parte da Direcção-geral do Património Cultural.
[notícia actualizada às 11h00]