05 jun, 2017 - 07:04
A polícia londrina fez, esta segunda-feira de madrugada, buscas em duas moradas do Leste da cidade: Newham e Barking.
A notícia é avançada pela BBC, segundo a qual algumas pessoas foram detidas nessas buscas. Desconhece-se quantas. No total, já foram detidas 12 pessoas desde sábado à noite, altura em que três homens atropelaram e esfaquearam várias pessoas na ponte de Londres e no mercado de Borough.
O ataque já foi reivindicado pelo Estado Islâmico, mas as autoridades britânicas ainda não estabeleceram qualquer ligação directa entre o que se passou e o grupo terrorista.
Os detidos são sete mulheres e cinco homens com idades entre os 19 e os 60 anos. As detenções ocorreram em Barking, um dos locais onde a polícia voltou esta manhã e onde, segundo a imprensa, os residentes na zona terão ouvido disparos e algumas explosões durante as buscas.
A identidade dos três atacantes (abatidos pela polícia na altura do ataque) já é conhecida das autoridades britânicas, mas só será revelada quando “operacionalmente possível”.
Entretanto, foi reforçada a segurança em Londres, com mais agentes armados na rua, pelo menos nos próximos dias. Além disso, as pontes da cidade têm agora barreiras físicas para garantir a segurança de quem circula a pé, evitando que qualquer viatura possa galgar os passeios.
Esta segunda-feira de manhã, a primeira-ministra Theresa May volta a chefiar o comité governamental de segurança (Cobra) para discutir a resposta ao terceiro atentado em poucas semanas em solo britânico.
O nível de alerta terrorista mantém-se em “severo”. Após o atentado em Manchester, em 22 de Maio, o alerta foi elevado para “crítico” (o que significa que um ataque pode estar iminente), mas depois voltou a baixar para “severo”, o que quer dizer que a ocorrência de um atentado é muito provável.
Nove franceses entre as vítimas
O ataque na Ponte de Londres matou sete pessoas e fez 48 feridos, 21 dos quais ficaram em estado muito grave. Tudo em apenas oito minutos.
As identidades das vítimas começam a ser conhecidas, sabendo-se já que uma delas tinha nacionalidade canadiana, de nome Chrissy Archibald.
Sabe-se ainda que um cidadão francês está entre as vítimas mortais e sete outros entre os feridos, incluindo quatro em estado grave. As informações são do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, segundo o qual há ainda um outro cidadão francês desaparecido.
A líder do Partido Trabalhista, por seu lado, afirmou ao programa BBC Breakfast que Londres é uma “cidade mesmo forte” e “um exemplo para o mundo”.
“Existe uma resiliência em Londres que tem sido demonstrada ao longo de décadas”, assegurou Emily Thornberry, segundo a qual não existem polícias suficientes no Reino Unido.
Emily Thornberry lembrou, por isso, que existe um manifesto para a contratação de mais 10 mil agentes que deverá dar entrada no Parlamento depois das eleições legislativas de quinta-feira.
No domingo, a primeira-ministra britânica condenou o ataque “brutal” de sábado e elogiou a coragem da polícia e dos serviços de emergência, bem como das pessoas “que se defenderam e que defenderam outros”.
Segundo Theresa May, a ameaça terrorista mudou: “Estamos perante uma nova tendência: já não existem apenas ataques bem planeados ou actos isolados, mas sim perante atacantes que, inspirados por terceiros, os imitam usado os métodos mais básicos”, declarou.
Este é o terceiro ataque em três meses no Reino Unido e, desde Westminster, a 22 de Março, a polícia conseguiu travar cinco ameaças credíveis, afirmou a primeira-ministra.