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Nova tragédia no Mediterrâneo. Mais de 200 migrantes morreram a tentar chegar à Europa

08 mai, 2017 - 14:50

Nações Unidas avançam que já morreram, este ano, no mar, cerca de 1.150 migrantes. Onze corpos, incluindo de crianças, deram à costa numa praia da Líbia.

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Mais de 200 migrantes terão morrido no Mediterrâneo no fim-de-semana, segundo os depoimentos de vários sobreviventes à agência Reuters, e vários corpos, entre eles o de um bebé, chegaram já mortos à costa numa praia da Líbia.

Cerca de 7.500 pessoas foram resgatadas na costa da Líbia desde quinta-feira, disse a guarda costeira italiana e líbia. Dois grupos de sobreviventes disseram às organizações humanitárias que centenas de pessoas se afogaram quando os seus barcos de borracha se começaram a esvaziar antes da chegada das equipas de socorro.

No sábado, mais de 60 pessoas terão morrido e três corpos foram recuperados na Sicília no domingo. O barco que as transportava deixou a Líbia com cerca de 120 pessoas a bordo.

Existe alguma discrepância nos números. Com base em entrevistas com alguns dos sobreviventes em Pozzallo, Itália, a agência dos refugiados da ONU calculou o número de vítimas mortais em mais de 80.

Separadamente, a guarda costeira da Líbia resgatou sete pessoas no fim-de-semana, que disseram ter embarcado com outros 170 migrantes.

"Resgatamos no domingo sete imigrantes ilegais - seis homens e uma mulher", disse Omar Koko, um comandante da guarda costeira na cidade ocidental de Zawiya. "De acordo com esses sobreviventes, havia 170 pessoas a bordo do barco, que afundou por causa da sobrecarga."

Entre os desaparecidos havia mais de 30 mulheres e nove crianças, disse Koko. Outros 11 corpos deram à costa no noroeste de Zawiya, disse Mohanad Krima, um porta-voz do Crescente Vermelho.

"Todos os corpos são de mulheres e há uma menina de menos de um ano de idade", disse.

Na semana passada, algumas testemunhas relataram à Reuters que um jovem encontrado morto a tiro num dos barcos de borracha teria sido assassinado por um traficante por causa do seu boné.

A agência dos refugiados da ONU informou que, excluindo os últimos naufrágios, mais de 1.150 pessoas desapareceram ou morreram este ano a tentar chegar à Itália do Norte da África, onde os traficantes têm conseguido operar com uma certa impunidade.

As chegadas migratórias para a Itália por mar subiram cerca de 30% face a 2016, quando se chegou ao número recorde de 181 mil migrantes.

"O número crescente de passageiros a bordo dos navios utilizados pelos traficantes, com uma média de 100 a 150 pessoas, é alarmante e a principal causa de naufrágios", afirmou o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.

Na história dela está todo o drama dos refugiados
Uma refugiada síria viu quase 500 pessoas desaparecerem nas águas do Mediterrâneo, em Setembro de 2014. Sobreviveu quatro dias e quatro noites no mar, com duas crianças ao colo, e viveu para contar a história. Doaa Al Zamel esteve em Lisboa, com Melissa Fleming, a porta-voz do Alto-comissariado da ONU para os Refugiados, para apresentar o livro "Uma esperança mais forte do que o mar"
Comentários
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  • Geronimo stilton
    09 mai, 2017 Parvalheiras de cima 16:26
    Mas que mão de obra se esta gente nem sequer vem para trabalhar... Mas que raio vem a ser isto??? Se eu for controlado no meu carro de lenço a cobrir o meu rosto sou multado se saltar um gradeamento sou albarruado e possivelmente agredido pelas forças de segurança... e esta gente tem carta branca para fazer tudo o que quer? Qual foi a parte da história que eu perdi???
  • vitor
    08 mai, 2017 lisboa 16:40
    Por que razão vêm para a europa? É para nos colonizar? Por que não vão para os países arabes?
  • Franc.
    08 mai, 2017 alcaçovas 16:29
    Tudo isto está a acontecer porque os exploradores, os chulos europeus, estimulam a vinda desta gente para terem fartura de mão de obra e para levarem também à escravatura os trabalhadores europeus. É a nova escravatura do século XXI.

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