24 mai, 2017 - 13:17 • Sara Beatriz Monteiro
A promoção de quase 700 guardas, publicada na terça-feira em Diário da República, é vista pela Associação de Profissionais da Guarda (APG) como uma forma de condicionar a manifestação do sector, desta quarta-feira.
O presidente da APG, César Nogueira, considera que a publicação do despacho no dia anterior à manifestação não é uma coincidência: “Ainda bem que ocorreram as promoções. Pena serem só um terço das necessárias. Mas nós não acreditamos em coincidências e ter saído o despacho em Diário da República no dia de ontem para serem promovidos no dia de hoje... Nós não acreditamos em coincidências dessas.”
O presidente da APG lamenta que o Governo apenas tome uma atitude motivado pela pressão das manifestações e garante que as promoções não chegam para colmatar as falhas no setor.
“É pena as coisas só acontecerem com a pressão das acções de protesto. As questões não passam só pelas promoções. Há outras questões em cima na mesa, nomeadamente, a aprovação de um estatuto que não beneficia em nada os profissionais da GNR, o horário de serviço, o corte de dias de férias”, declara.
Os profissionais da GNR vão manter a manifestação marcada para esta quarta-feira e adiantam a possibilidade de marcarem mais acções de protesto caso as reivindicações da APG não sejam ouvidas.
“Esperamos ter algum 'feedback' por parte do Governo, mas não vamos aceitar que as coisas aconteçam só através de conversas formais e que depois no papel não aconteça nada de facto. Nós queremos é que as coisas se resolvam, que as nossas reivindicações sejam ouvidas e resolvidas no imediato, porque reunir já reunimos muitas vezes com a ministra da Administração Interna”, remata.