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FNE admite juntar-se à Fenprof para uma greve nacional de professores

23 mai, 2017 - 07:41

Se a greve conjunta se concretizar será sentida no período de avaliações e exames nacionais, podendo reeditar os problemas vividos nas escolas em 2013.

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Federação Nacional de Educação (FNE) admite voltar a juntar-se à Fenprof para uma greve, se não obtiver “respostas concretas” do Governo até ao final do ano lectivo. A ameaça foi deixada na última noite por dirigentes da FNE, que estiverem em vigília na 5 de Outubro, em Lisboa.

A precariedade, um regime de aposentação específico para os professores, a organização do tempo de trabalho e o descongelamento das carreiras são as quatro grandes exigências da Federação Nacional de Educação, enumeradas numa carta entregue no Ministério da Educação (ME), por uma delegação encabeçada pelo secretário-geral da federação, João Dias da Silva.

“Se não houver respostas concretas, que sejam importantes, que sejam significativas para a vida dos professores, a greve estará em cima da mesa e se a fizermos em conformidade com a estratégia de outra organização sindical, a Fenprof, da nossa parte também existe disponibilidade para articular o sentimento que trazemos das escolas de insatisfação dos professores, de necessidade de mudanças”, disse Dias da Silva aos jornalistas, momentos depois da entrega do documento.

Poucas dezenas de professores e dirigentes sindicais concentraram-se na tarde de segunda-feira frente ao ministério, onde permaneceram em vigília até à meia-noite para exigir que o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues dê resposta às reivindicações sindicais.

Para já existe apenas a garantia, dada pelo gabinete da secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, de que o ministro “se compromete a marcar uma reunião brevemente”.

Dias da Silva disse que “a melhor greve é a que não se faz” e que não quer que o ME tenha “a sensação” de que os sindicatos estão a ameaçar com greve, mas disse também que depende de Tiago Brandão Rodrigues ela ser convocada ou não. “Está nas mãos do Ministério da Educação. O senhor ministro da Educação é que sabe se quer ter uma greve ou não. Se não quer ter uma greve tem que dar respostas concretas em relação ao futuro profissional destes profissionais”, afirmou, acrescentando que a vontade da FNE é negociar e “concertar soluções”.

Se a greve conjunta se concretizar será sentida no período de avaliações e exames nacionais, podendo reeditar os problemas vividos nas escolas em 2013, quando FNE e Fenprof marcaram uma greve coincidente com os exames nacionais, que motivou reagendamentos de provas, prolongamento da 1.ª fase dos exames nacionais, num dos momentos mais agitados vividos pelo ex-ministro Nuno Crato à frente do ME.

“Veremos com os professores, mas é evidente que se olharmos para o calendário que temos pela frente poucos dias ficarão livres que não sejam coincidentes com avaliações ou com exames”, disse Dias da Silva.

A vigília contou com a presença do líder da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, e com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que a propósito do anúncio da retirada do país do Procedimento por Défice Excessivo, e daquilo que considerou serem as boas notícias para a economia nacional, pediu que o mesmo aconteça agora aos trabalhadores da administração pública.

“Não queremos a forma de luta última que é a greve, mas cabe ao ministro assumir claramente uma responsabilidade em nome do Governo. Abrir as portas ao diálogo e à negociação”, concluiu.

Comentários
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  • FUMAÇAÉNOTEUCEREBRO
    23 mai, 2017 do r-q-t-parta 12:16
    Oh só fumaça, fumaça tens é dentro da tua cabeça em vez de cérebro. Não te esqueças, como esta sra. tereza, que vêm falar pela sua estabilidade, penso eu, que há muita gente com salários precários e congelados desde de 2010, e que pertencem à função pública. Mas quem tem que pagar as favas pelos desvios dos fundos europeus, pela corrupção, pelos bancos, pela má gerencia e mediocridade dos que têm andado a governar, e não é só estes de agora, são todos, são os trabalhadores. Não estou a querer defender juízos ou outros que têm grandes salários, mas vocês desculpem-se com estes mas quem sofre na pele são os que ganham 700 euros e tem o salário congelado desde de 2010. São estes e são em muita quantidade, que têm visto as suas vidas sempre a andar para trás, tanto pelos salários baixos, como pelo congelamento, como ainda pela nível de vida caro, que foi o que esta moeda nos veio dar, mas as bestas como vocês não olhem a isto. Nem mesmo que subissem muitos dos salários baixos para o dobro se ia compensar o aumento dos muitos produtos que já se paga duas ou três vezes mais. É que os salários, mesmo baixos ainda estão pelo valor do escudo. Oh só fumaça porque não vês o mexias, catrogas e pintelhos, e quejandos. Vocês são daqueles que querem escravizar os trabalhadores, para que a riqueza se concentre em meia dúzia, como antigamente, e que os restantes vivam na miséria. Oh fumaça cerebral, deves ser daqueles bem instalados na vida, patrão, mas que quer que os outros que têm pouco
  • Teresa
    23 mai, 2017 lisboa 09:53
    Dar aulas até aos 66 anos e 3 meses é pesado, mas já transportar baldes de massa nas obras ou subir aos postes de alta tensão já pode ser feito até essa idade de reforma!!! Os professores, tal como os juízes, policias, médicos , enfermeiros,etc. julgam-se castas acima de todos os outros trabalhadores que tem que os sustentar com altas benesses mesmo que para isso tenham de ser escravos destes.
  • SÓ FUMAÇA
    23 mai, 2017 Lx 09:53
    É só fumaça kamaradas...eles etendem-se a fvor da "paz social" em troca de mais dinheiro. A paz social de que os geringonços falam resolve-se , no ideário socialista, lançando dinheiro e depois ficamos sem dinheiro e com os problemas.Essa receita levou-nos em 2010/ 2011 ao maior défict da história deste sítio em que se tornou Portugal...

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