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Diogo Feio: “O centro-direita tem que encerrar a página da anterior governação"

18 mai, 2017 - 21:44 • José Pedro Frazão

No Falar Claro, da Renascença, o director do gabinete de estudos do CDS diz que PSD e centristas devem centrar o discurso em matérias como saúde e educação.

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Diogo Feio: “O centro-direita tem que encerrar a página da anterior governação"
Diogo Feio: “O centro-direita tem que encerrar a página da anterior governação"

O director do gabinete de estudos do CDS, Diogo Feio, diz que o centro-direita tem que “encerrar” a página da anterior governação, marcada pelo programa da troika, e centrar o discurso “nas pessoas” e “nas questões sociais”, como a educação, a saúde e a pobreza. O CDS “está a fazer” essa mudança de página, defende o ex-deputado.

“O centro-direita tem que encerrar uma página, a página da anterior governação. Foi uma governação feita num momento extraordinariamente difícil, incomparável com o actual, com um programa de assistência. Todos os governos são patrióticos, mas foi uma missão especialmente espinhosa. Está feita, cumprida, foi julgada nas urnas. Agora é preciso passar a página”, disse o dirigente do CDS no Falar Claro, da Renascença desta semana, com o socialista Vera Jardim.

Diogo Feio defende que essa mudança no PSD e no CDS deve passar por um discurso “centrado nas pessoas”, “nas questões sociais, na educação, saúde, no que se liga aos números da pobreza. E evidentemente também com o que tenha a ver com o modelo económico.”

Esta transformação na oposição deve acontecer, para o centrista, depois das autárquicas de 1 de Outubro. “Os partidos vão apresentar as suas candidaturas e depois disso é verdadeiramente essencial que no espaço da oposição em Portugal se apresentem programas alternativos. Porque é isso que se exige dos políticos.”

Na semana em que o Instituto Nacional de Estatística anunciou um surpreendente crescimento de 2,8% no primeiro trimestre, Diogo Feio prefere atribuir o mérito às empresas e aos portugueses, mais do que ao Governo actual ou anterior.

“Sempre me fez muita confusão aquela tendência que os partidos têm de se apropriar dos números do crescimento da economia. Devem-se em primeiro lugar às empresas, em segundo lugar aos portugueses em geral. Dificilmente têm uma raiz exclusiva e imediata”, defende.

Apesar das boas notícias da frente económica, o dirigente do CDS vê um “perigo” de se considerar que “os perigos estão todos resolvidos” e que o país está dispensado de fazer mais “esforços para manter este rumo de consolidação orçamental, baixando a despesa pública e mantendo o rumo de uma vida mais desafogada das pessoas, através de alguma redistribuição e sobretudo reversão de rendimentos de pensões e de trabalho”.

Numa análise à governação de António Costa, Diogo Feio vê “medidas de controlo do défice e da despesa” e um corte no investimento público que não condizem com a matriz de esquerda do actual Governo. “A ideia do corte de investimento público está associada intuitivamente mais à ideia de um governo de centro-direita que de esquerda. Este pragmatismo tem que ser politicamente combatido. E para isso não se pode estar a combater com base no que se fez há uns anos.”

“No actual Governo há um conjunto de medidas que têm natureza liberal. Quem diria! Esta contradição dos termos exige bastante arte política.

Nunca imaginei possível que Bloco de Esquerda e Partido Comunista estivessem num plano que não ultrapassasse a retórica em relação ao cumprimento do défice previsto no Tratado Orçamental”, atirou.

Comentários
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  • Os ratos
    19 mai, 2017 Lis 17:54
    Responsáveis irrevogavelmente por acolitarem o PSD começam a querer abandonar o barco! Mas os cidadãos não são estupidos e a malfeitorias que praticaram foram tantas que a memória passou a ser longa! Só faz bem a esta gente ficar em pousio por muito tempo! Há que deixar respirar a terra que conspurcaram!
  • 20 anos
    19 mai, 2017 12:48
    Mas que brigada do reumático! Um jejum de 20 anos, como tratamento de choque é o mínimo! Já não enganam o zé! Nem o jé...
  • rosinda
    19 mai, 2017 palmela 11:38
    Acho que sim o centro direita deve encerrar a pagina da governacao anterior! Esta tudo a correr muito bem ,cada dia que passa estamos mais perto de criar um sistema de governo unico!
  • Cidadao
    19 mai, 2017 Lisboa 11:07
    Saúde, educação, pobreza. Vejamos o vosso historial enquanto governo com o PSD. Saúde: corte de 700 Milhoes no Orçamento - além do que a Troika exigia, fecho de serviços de saúde, de centenas de camas nos hospitais, tentativas de desmantelamento do SNS, tudo acompanhado das necessárias "reestruturações" que mais não foram que aumentar as contribuições e fechar serviços. Educação: corte de 1200 Milhões - 500 acima do que a Troika exigia, fecho de escolas públicas, "negociatas" de atribuição de subsidios para escolas privadas que estão paredes-meias com escolas públicas, transferencias de turmas de Escolas publicas para privadas, sob falsos pretextos, não falando nos congelamentos de carreiras, falta de funcionários não docentes nas escolas públicas e no fecho indiscriminado de escolas por todo o interior, mas claro sem diminuir impostos que deviam servir para manter essas escolas abertas. Combate à pobreza: permitiram o deslocamento do fiel da balança do Trabalho para o Capital, ou seja, passaram 4000 Milhões de euros do s rendimentos de Trabalho para o Capital, promoveram a precariedade e o modelo dos salários irrisórios, alteraram a Legislação Laboral praticamente liberalizando despedimentos e ao preço da chuva. E não venham com as tretas de que foi a Troika ou "...isso foi o PSD" O CDS fez parte do governo e assinou todas estas medidas. Tentaram passar entre os pingos da chuva, mas a verdade é que sem a vossa assinatura, isto não teria acontecido.
  • Hipócritas
    19 mai, 2017 Lisboa 10:41
    O leopardo não perde as pintas. Agora é que se preocupam com "as pessoas"? Não se preocuparam com "as pessoas" quando cortaram salários e pensões, aumentaram impostos, fecharam serviços públicos essenciais, lançaram a política do "empobrecimento generalizado" e do "todos contra todos", liberalizaram despedimentos, e antes que venham com conversas que "...foi imposição da Troika" digo já que não só não se opuseram a nada, como "foram além da Troika", e com prazer, só para serem os "bons alunos" e agradar aos Schaubles-Mostovici-Djissenblom e quiça, arranjar um tacho por lá, mais tarde... Agora que levaram um pontapé, é que se preocupam com "as pessoas". Hipócritas!
  • Antonio
    19 mai, 2017 Vale de Cambra 06:51
    O problema, é que não sabem dizer nem fazer.
  • antonio
    18 mai, 2017 lisboa 23:23
    Ja e tempo do cds pp desligar-se do psd e seguir enfrente

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