07 mai, 2017 - 20:20
O mais jovem Presidente de França discursou este domingo em Paris, assumindo a vitória enquanto as principais projecções à boca das urnas davam uma margem bem confortável ao homem que se disse “nem de esquerda nem de direita”.
Referindo a “enorme honra e enorme responsabilidade” em ter sido eleito para suceder a François Hollande no mais alto cargo do Estado francês, admitiu que “nada estava escrito”.
“A minha gratidão vai para todos os que deram o vosso voto e o vosso apoio”, declarou. “Irei envidar todos os esforços para ser digno”; “é uma enorme honra e enorme responsabilidade”, disse.
Elencando as dificuldades pelas quais o país tem passado e que o tem “enfraquecido” – as dificuldades económicas, as “fracturas sociais”, o “enfraquecimento moral” – Macron dirigiu-se as franceses como um todo e saudou “de forma republicana” a adversária Marine Le Pen.
“Conheço bem as divisões da nossa nação. Conheço a cólera, a ansiedade, as dúvidas que uma grande parte de vós manifestou. Cabe me proteger os mais frágeis, contra todas as formas de discriminação, e cabe-me garantir a segurança e a dignidade da nação”, sublinhou.
Num tom moderado e apaziguador, Emmanuel Macron falou à história mas também ao futuro da República francesa. “Temos um dever para com o nosso país. Somos herdeiros de uma grande história.
Temos de a trazer para o futuro e dar-lhe um novo rosto. Defenderei a França e os seus valores, defenderei a Europa. É a nossa civilização que esta em jogo, é a nossa forma de sermos livres”, declarou.
Referindo ainda a paz, o equilíbrio das potências internacionais e a luta contra as alterações climáticas, o recém-eleito Presidente francês prometeu que “a França estará na “primeira linha da luta contra o terrorismo durante o tempo que for necessário travar este combate”.
“Uma nova página da nossa história abre-se hoje”, continuou Macron. “Quero que seja uma página de esperança”. Reafrimando ainda a promessa eleitoral de “moralizar” a vida pública, disse que não se deixará “deter por qualquer obstáculo”.
Saudando por fim François Hollande, de quem foi ministro da Economia no governo socialista, acrescentou que nos próximos cinco anos a sua missão será “apaziguar e reencontrar o optimismo”, “juntando todos para estes desafios gigantes”.
“Bater-me-ei com todas as minhas forças”, declarou.
“Amemos a França. Com humildade, com dedicação e determinação irei servir a França em vosso nome. Viva a República, viva a França”, rematou.
“Esta noite é a Europa e o mundo que nos olham”
Emmanuel Macron dirigiu-se depois Museu do Louvre onde foi recebido ao som do “Hino da Alegria” de Beethoven - o hino não-oficial da União Europeia. J"«Esta noite ganhámos, a França ganhou", começou por dizer, perante as milhares de pessoas que o aclamavam.
Reconhecendo os franceses "que votaram para defender a República contra o extremismo”, Macron fez a devida vénia: “Sei que temos diferenças e respeitá-las-ei, mas manter-me-ei fiel perante o meu compromisso".
“Eles expressaram a cólera. Farei tudo durante os próximo cinco anos para que eles não tenham mais razões para votar pelos extremos", sublinhou. “Esta noite é a Europa e o mundo que nos olham. A Europa e o mundo esperam que nós possamos defender em toda a parte o espírito das luzes, as liberdades, e que protejamos os oprimidos", declarou.
“Construiremos a partir de amanhã uma maioria forte, da mudança de que o país precisa e merece", disse.
A próxima etapa a superar por parte do recém-eleito Presidente francês é conseguir apoio parlamentar. As eleições legislativas daqui a seis semanas vão pôr à prova o movimento "En Marche!"