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Estudo científico

​Há sal com partículas de plástico à venda em Portugal

05 mai, 2017 - 07:23

“Os plásticos são o lobo mau do século XXI”, avisa investigador de um estudo que analisou amostras recolhidas em oito países.

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Uma equipa de cientistas procurou minúsculas partículas de plástico em 17 marcas de sal vendidas em oito países, incluindo Portugal. A maioria estava contaminada mas com doses baixas, que dificilmente têm qualquer efeito imediato na saúde dos consumidores. A notícia é avançada pelo jornal “Público”.

“Os plásticos são o lobo mau do século XXI”, avisa Ali Karami, investigador na Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade Putra, na Malásia, e principal autor do artigo publicado na revista “Scientific Reports”, do mesmo grupo da revista “Nature”.

Todos os anos são despejados entre cinco e 13 milhões de toneladas de plásticos para os oceanos. A luz solar e a água desfazem este lixo até às mais minúsculas partículas. Quando têm menos de cinco milímetros são chamados “microplásticos”. Fazem, por isso, parte da dieta de muitas espécies marinhas, desde o zooplâncton (que serve de alimento a outros animais) até às baleias. A este ingrediente que envenena o mar, o homem conseguiu juntar ainda outros como as microesferas plásticas, que estão em muitos produtos de higiene e cosmética (pasta de dentes, champô, gel de banho ou detergentes) e que, depois do esgoto, também acabam nos oceanos.

Dos microplásticos às microbombas

“Os microplásticos podem libertar poluentes no nosso organismo que, a longo prazo, podem provocar problemas de saúde. Por isso, dizemos que são microbombas”, explica o investigador. No entanto, o especialista esclarece que, para já, o perigo não será muito elevado tendo em conta o reduzido tamanho destas partículas.

Assim, conclui, “apenas o consumo contínuo e a longo prazo de produtos com microplásticos será motivo para preocupação”. Infelizmente, presume-se, que seja precisamente isso que esteja a acontecer. “Estamos a consumir microplásticos em vários produtos, incluindo marisco, mel e até cerveja. Assim, o sal não é o único culpado”, avisa Ali Karami em declarações ao jornal.

O estudo fez uma análise a amostras recolhidas em oito países (Portugal, Austrália, França, Irão, Japão, Malásia, Nova Zelândia e África do Sul). Além de microplásticos, foram encontradas outras coisas: 72 partículas extraídas de todas as amostras, 41,6% eram polímeros plásticos, 23,6% eram pigmentos (associados muitas vezes a aditivos colocados nos plásticos), 5,5% eram carbono livre e 29,1% ficaram por identificar.

Uma das três marcas portuguesas analisadas destaca-se pelos piores motivos, alcançando o máximo registado de dez partículas de microplásticos (nylon, polipropileno, polietileno, entre outros) por quilo de sal. As outras duas marcas não continham qualquer partícula de polímeros plásticos mas, em compensação, tinham partículas de diversos pigmentos.

Comentários
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  • maria teresa cabugue
    08 mai, 2017 lisboa 12:49
    Era bom que informassem quais as MARCAS a que se referem é que usamos SAL todos os dias e esta MEIA noticia está a preocupar muita gente
  • iFernando
    06 mai, 2017 Porto 09:54
    Os resultados deste estudo não mostraram uma carga significativa de MPs maiores do que 149 μm em sais oriundos de 8 países diferentes e, portanto, riscos de saúde insignificantes associados ao consumo de sais. The results of this study did not show a significant load of MPs larger than 149 μm in salts originating from 8 different countries and, therefore, negligible health risks associated with the consumption of salts.
  • iFernando
    06 mai, 2017 Porto 09:24
    Não é só em Portugal, é em todo o Mundo! Não é só o Sal, estão presentes em todos os produtos do mar como por exemplo Mariscos! Os Oceanos do Planeta estão assim....
  • Who gives a shit?
    05 mai, 2017 Lx 11:17
    Até parece que alguem está preocupado.. ja fizeram algo?
  • Francisco Gomes
    05 mai, 2017 Lisboa 11:06
    Preocupam-se tanto com as partículas de plástico no sal e não se preocupam com as descargas químicas (chemtrails) nos céus de Portugal? Escrevi sobre este assunto (chemtrails) aos Grupos Parlamentares do Partido Socialista, do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista os Verdes, sobre qual a opinião deles sobre esta matéria e quem autorizava estas descargas na atmosfera e NENHUM deles respondeu, o que prova que são coniventes com a situação. E depois admiram-se das doenças do foro pneumonológico (e outras) que vão aparecendo cada vez com maior intensidade, já não mencionando a poluição atmosférica provocada pelo cada vez maior número de veículos a circularem.
  • mara
    05 mai, 2017 Portugal 10:46
    Felizes foram os homens das cavernas tinham ar puro, comida sem pesticidas, faço minhas as palavras dum grande intelectual: "Deus criou o homem, colocou-o num Paraíso de delicias, ele transformou-o num inferno de tolices..." resultado cancros e mais cancros e outras graves doenças...
  • Celina Cardoso
    05 mai, 2017 Meinedo 10:30
    De notícias sensacionalistas estou eu farta! Mãos à obra, meus amigos, se está mal, denunciem! Ou se faz para melhorar algo ou se está pura e simplesmente calado!
  • marausisouto
    05 mai, 2017 Matosinhos 09:54
    ...o próprio ar é potencialmente ofensivo à saúde humana ...quantas partículas...pior ainda somos nós próprios...pensemos...
  • Diogo Rodrigues
    05 mai, 2017 Cascais 09:47
    Poderiam colocar as marcas ,Obg
  • José Júlio Gomes
    05 mai, 2017 Guilhabreu 09:47
    Cadê as marcas do sal consumido em Potugal?

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