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Quer morar numa ilha? Há várias à venda em Aveiro

03 mai, 2017 - 23:17 • Júlio Almeida

A ilha do Monte Farinha está há vários anos à venda e o preço mais recente é de 3,5 milhões de euros. Já uma outra marinha de sal no Canal de São Roque pode ser comprada por 43 mil euros.

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As grandes ilhas espalhadas pela Ria de Aveiro eram autênticas quintas que serviam para produção de sal e agro-pecuária. Hoje, são santuários de vida selvagem. Algumas das maiores estão à venda.

Ilha do Monte Farinha, Ilha da Testada, Ilha da Gaivota, Ilha do Poço, Ilha dos Ovos, Ilha do Rebocho; estas são as maiores e acessíveis apenas de barco. A Ilha do Puxadoiros é a única que preserva salinas activas a par da produção de ostras num espaço de turismo de natureza com alojamento.

As múltiplas ilhas dos grandes canais nasceram por força do emparcelamento de várias marinhas e dos pequenos canais aterrados. A maior e mais conhecida, a ilha do Monte Farinha, onde existem ainda construções, estende-se desde a frente de São Jacinto até à “casa abrigo”. De aí para Norte existem outras.

As ilhas possuíam salinas e zonas de pastagens. "Pela altura das sementeiras, acolhiam gado vacum e cavalar de povoações limítrofes da Ria. Os animais ficavam ali parte da primavera e do verão, sendo recolhidos no outono", conta José Domingos Maia, médico nascido na Beira Mar, o bairro mais típico de Aveiro.

"O Monte Farinha teve um rebanho numeroso, que desapareceu afogado por uma inundação grande. A carne dos ovínos era extraordinária, por serem alimentados de pastos de água salobra", recorda ainda o profundo conhecedor da laguna.

Depois de abandonadas pelos criadores de gado em definitivo há cerca de 20 anos, as ilhas tornaram-se santuários de aves aquáticas, onde existem algumas colónias raras de passagem ou mesmo nidificação (patos, garças, flamingos, etc.)

Ilhas a partir de 43 mil euros até 3,5 milhões de euros

O caso mais conhecido é da grande ilha do Monte Farinha (540 hectares), que está há vários anos à venda. O preço mais recente é de 3,5 milhões de euros, mas o proprietário, um português radicado no Brasil, já chegou a pedir oito milhões de euros.

A Ilha do Poço, que chegou a ser utilizada para piscicultura, está à venda por meio milhão de euros. Com uma área de 74 hectares, embora sem acesso por via terrestre beneficia da proximidade aos canais principais da Ria, nomeadamente à Barra do Porto de Aveiro.

Junto à antiga lota de Aveiro uma salina com área de terreno de 70 mil metros quadrados custa 150 mil euros. O anúncio diz que é "óptima para empreendimento turístico e produtivo de peixes ou bivalves", possuindo licenças válidas.

Uma outra marinha de sal que pode ser usada para viveiro de peixe, no Canal de São Roque, com 4.500 metros quadrados, foi colocada à venda por 43 mil euros. Dispõe de acesso pedonal ou de barco e uma casa de apoio.

Comentários
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  • LEONELA MIRIAM DOS Passos
    11 mai, 2017 Guaraci 02:57
    Qdo era de propriedade do senhor Manuel Soares da Costa, eu e meu marido Carlos, moramos lá na ilha monte farinha. Se alguém comprar gostaríamos de voltar a viver lá.
  • Paula Pires
    07 mai, 2017 Gafanha da Nazaré 14:16
    Deviam ser preservadas no seu estado natural, ser convertidas em reserva natural. Há uma frase no início do artigo que diz tudo "...Hoje, são santuários de vida selvagem..."
  • João
    05 mai, 2017 Murtosa 15:17
    ambos tem razão e ambos não tem razão. Se a propriedade privada for atestada como anterior a 1890 , a capitania do Porto de Aveiro não tem direito a cobrar nada. Quanto ao potencial, é um facto que os diversos organismos públicos tem que se entender quanto ao que se pode ou querem que se possa explorar ali. As potencialidades são grandes, e certo que outros países incentivariam a exploração de peixe, crustáceos e outros mariscos, bem mais rentáveis que as explorações pecuárias e bem mais inseridos no ecossistema lagunar. Os valores da transacção destas ilhas, não será problema quando um espanhol, americano ou chinês souber da potencialidade e da rentabilidade que pode obter. já portugueses preferem outro tipo de investimentos... Ná esquecer que o concelho com maior área de Ria de Aveiro é o concelho da Murtosa.
  • zé tolas
    04 mai, 2017 lisboa 09:53
    isso nao sao ilhas. não montes de lodo 0.5 metros acima da água
  • iFernando
    04 mai, 2017 Porto 08:47
    Quem ler a notícia até pode ficar interessado. O pior é que a realidade é outra, os terrenos na orla marítima são da propriedade do Estado ministério do ambiente e quem as ocupa tem de pagar todos os anos uma pequena renda. Outra realidade é que não são permitidas novas contruçoes de casas. Pode levar uma toalha e um guarda-sol e passa uns bons dias ao ar livre.

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