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Bloco. Joana Mortágua declara que "sacrificar a democracia" aos mercados foi um erro

25 abr, 2017 - 14:57

Apresentando-se como alguém que nasceu no Serviço Nacional de Saúde, estudou na escola pública e não pertence a "uma geração ingrata", Joana Mortágua olhou para a Europa como um projecto que falhou.

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A deputado do Bloco Joana Mortágua alertou esta terça-feira que "o maior erro" das últimas décadas na Europa e em Portugal é "continuar a sacrificar a democracia aos lucros dos mercados e a negar direitos e liberdades".

Apresentando-se como alguém que nasceu no Serviço Nacional de Saúde, estudou na escola pública e não pertence a "uma geração ingrata", Joana Mortágua olhou para a Europa como um projecto que falhou.

"Falhou porque submeteu a democracia aos mercados financeiros, falhou porque perdeu contacto com os direitos sociais e económicos dos povos, espalhou pobreza e desemprego", disse a deputada bloquista na sessão solene evocativa do 25 de Abril, no parlamento, em Lisboa.

E alertou que "a propaganda de que todos os protestos são populistas, acabará por servir à absolvição de forças odiosas".

O que há a fazer é não esperar, porque "a espera é a derrota e o confronto com as imposições europeias, que é o mais difícil, ainda está por fazer", disse ainda Joana Mortágua, sem fazer qualquer referência directa ao executivo que os bloquistas apoiam.

A alternativa aos "projectos reaccionários não é a moderação do situacionismo, com a sua defesa empenhada do sistema que salva bancos", mas que "condena gerações a pagar dívidas e o défice de uma velha elite".

Joana Mortágua advertiu para os problemas numa Europa em que "movimentos reaccionários e ultra-nacionalistas" se alimentam "dos destroços da austeridade imposta aos povos".

Porque, disse, não pertence a "uma geração ingrata", Joana Mortágua agradeceu aos capitães de Abril, que derrubaram o regime, dizendo: "A Grândola também nos corre no peito à desfilada e, por isso, obrigada capitães. (...) Obrigado a todos e todas os combatentes desse amor inventado chamado liberdade".

No final, a deputada lembrou Miguel Portas, dirigente do Bloco de Esquerda, que morreu em 2012, para falar do sonho de continuar a lutar por "um projecto de esperança": "Sonhamos? Não sonhamos nada, somos mesmo os únicos realistas deste filme".

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  • Silvio Correia
    25 abr, 2017 Alcoentre 23:31
    Será que acompanhou o papá no assalto à torre bela,uma grande propriedade,com casa senhorial e que após o assalto mortáguas,gozaram lá uns tempos até derreter com toda a produção agrícola lá existente abandonaram a propriedade e num gesto selvagem e vingativo estragaram e venderam tudo que havia dentro do solar, residência cheia de valores e reliquias antigas.Foi com este dinheiro que fez a escola pública e depois a universidade. Se foi assim valeu a pena o saque.Mas há muita gente que se esforçou mais para seus filhos tirar cursos superiores.Por isso as duas manas devem muito aos anarcas políticos e militares de então esta feliz para elas serem deputadas. Aqui o crime compensou.Agora gostava que estas manas dessem uma conferência de imprensa a explicar tudo isto.Até para sua libertação deste peso de consciência.E até para poder esclarecer quem como eu tenho esta visão.E ter deputadas com este estigma,como poderá alguém acreditar nelas e seu partido.
  • Eborense
    25 abr, 2017 Évora 17:33
    De certeza, que quem lhe escreveu este discurso, foi o papá.
  • Manuel A. de Souza
    25 abr, 2017 Lisboa 17:08
    Sendo defensores do regime comunista, do partido único, da ditadura, esta senhora, o seu partido e os partidos comunistas, não deveriam sequer ser legais. O regime de antes de 25 de Abril era autoritário, de acordo. Mas os regimes comunistas são ditaduras impiedosas, que têm no seu triste histórico centenas de milhões de mortos. O Nazismo, tão justamente detestado, foi uma versão alemã do Comunismo.
  • ac
    25 abr, 2017 lx 15:11
    convencida arrogante populista. Quem diz que a existência de déficite é benéfica para o país diz tudo sobre a demagogia , sectarismo e falta de inteligência deste ser, apesar de diariamente levada ao colo por toda a comunicação social

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