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“Caos” na PSP leva chefes a marcar vigília na quarta-feira

18 abr, 2017 - 12:47

Protesto pelo fim de uma classe de “profissionais esgotados e maltratados” vai decorrer junto à Direcção Nacional da PSP, entre as 8h30 e as 18h00.

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O Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP convocou para quarta-feira uma vigília junto à Direcção Nacional da Polícia, em Lisboa, em protesto pelo "caos" no funcionamento de uma instituição que considera envelhecida e sem meios.

De acordo com uma nota enviada às redacções, os chefes da PSP dizem que avançam para esta vigília "em desespero de causa" porque não estão a ser ouvidos e não vêem sinais de mudança, apontando a falta de meios, a frota "em estado lastimável" e o envelhecimento da PSP.

"Os chefes da PSP (também conhecidos por serem os sargentos da PSP) avançaram para esta vigília em desespero de causa porque não são ouvidos e não vêem sinais de mudança para inverter o 'caos' funcional que a todo o custo se tenta esconder da opinião pública", refere o sindicato.

Acrescenta ainda que o director nacional continua "a ocultar que a PSP está envelhecida, os seus profissionais esgotados e maltratados por lhe verem sonegados todos os parcos direitos que tinham sido criados para minorar o impacto de uma profissão tão exigente".

"Incompreensivelmente, continua a esconder-se da comunicação social, da população portuguesa e dos turistas que nos visitam que a PSP tem uma frota automóvel em estado lastimável que obriga a que os comandos de polícia "emprestem" uns aos outros as viaturas necessárias à realização de grandes eventos", prossegue a estrutura sindical, sublinhando que a PSP vive o seu dia-a-dia com equipamentos "cuja vida útil já terminou há largos anos".

Os chefes da PSP são hoje cerca de dois mil a nível nacional, segundo o sindicato, quando há 10 anos eram 3.500. Exigem que se forme todos os anos "o número necessário de chefes para que os agentes se sintam motivados a progredir no que há muito deixou de ser uma carreira prestigiante e aliciante", rejuvenescendo uma classe cuja média etária se situa perto dos 50 anos.

"Para suprir as necessidades, têm vindo os sucessivos governos a impor uma descabida e perigosa redução drástica do número de chefes, substituindo-os nas suas tarefas por agentes, "mão-de-obra" mais económica, mas também sem formação e ascendente hierárquico para levar por diante uma tarefa complexa e exigente", sustenta o sindicato.

A estrutura sindical frisa que os chefes da PSP, classe intermédia da hierarquia policial, "não podiam continuar pavidamente a assistir à destruição da coesão interna da instituição e à contínua sangria de efectivos e de meios com que os sucessivos governos têm premiado o excepcional trabalho que as mulheres e homens que servem a PSP têm desempenhado".

"Os chefes da PSP sabem que têm do seu lado a esmagadora maioria dos agentes e também dos oficiais mas compreendem que, principalmente para quem tem funções de comando, não seja fácil vir assumir publicamente a sua posição", lembra o sindicato.

A vigília vai decorrer junto à Direcção Nacional da PSP, no Largo da Penha de França, em Lisboa, entre as 8h30 e as 18h00.

Comentários
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  • Zé Brasileiro
    18 abr, 2017 Braga 14:26
    Realmente, levantar de manhã e pensar que se me derem umas sapatadas tenho que ficar quieto e calado é uma coisa que não me agrada NADA .
  • Joao
    18 abr, 2017 Viseu 14:16
    Pensei que nem havia P.S.P pois é muito raro ver agentes na rua..somente com os radares..Toda a gente quer o tacho interno de resto eles.....o ze povo que se entenda.....
  • Marquês de Púbol
    18 abr, 2017 Aveiro 14:14
    Em vez de terem Esquadras abertas unicamente por interesses da carreira, como é o caso da Guarda e da sua esquadra satélite de Gouveia (cidade com 3.000 habitantes e com Guarda Nacional Republicana)... fechem-nas e rentabilizem os meios! O zé-povinho não tem nada que andar a pagar a rica vidinha destes fulanos.

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