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Angela Merkel: "Não devemos excluir da nossa vizinhança o leste europeu"

30 mar, 2017 - 14:30 • Susana Madureira Martins , em Malta

O Brexit dominou os discursos de encerramento do congresso do Partido Popular Europeu, que decorreu em Malta.

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Angela Merkel não falou especificamente do Brexit, não referiu tão pouco o Reino Unido, mas pode ver-se neste discurso feito pela chanceler alemã no encerramento do Congresso do Partido Popular Europeu (PPE), em Malta, uma tentativa de seguir para a frente e fazer com que a União Europeia olhe para outras vizinhanças.

Merkel referiu especificamente a Ucrânia e a zona dos Balcãs, dizendo mesmo que “não devemos excluir da nossa vizinhança” o leste europeu. "Este é o grande desafio”, sublinhou, admitindo que o destino europeu passa pela sua unidade, mas que os valores europeus não podem parar nas fronteiras externas.

Um pouco nesta linha seguiu o discurso do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que falou de um “ritmo infernal” de acontecimentos e, referindo-se especificamente ao Brexit, “alguns dias depois da festa” dos 60 anos do Tratado de Roma, sublinhou que a saída do Reino Unido não é o fim de tudo, pelo contrário: "Devemos fazer disto o começo de algo que será novo, mais forte e melhor”.

O presidente da Comissão Europeia não deixou de lançar farpas à administração de Donald Trump, pelo apoio do presidente dado pelos Estados Unidos da América à saída do Reino Unido dos 27, declarando que “o novo Presidente dos Estados Unidos ficou feliz com o Brexit e pediu a outros países para fazer o mesmo".

"Sendo assim, eu vou promover a independência do Ohio e de Austin, Texas”, ironizou, arrancando os aplausos dos congressistas.

Antes de Juncker, tinha falado o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que recebeu, na quarta-feira, a carta da primeira ministra britânica, Theresa May, a oficializar a saída do Reino Unido dos 27. Tusk disse que “paradoxalmente, há também algo positivo no Brexit: fez de nós, a comunidade dos 27, mais determinada e mais unida que antes".

"Estou muito confiante por isso e posso dizer que nos vamos manter determinados e unidos no futuro", enfatizou.

Para lá do Brexit, os líderes da direita europeia falaram de outros desafios, como o dos refugiados e o da imigração. Angela Merkel lamentou que a Europa não olhe para a questão humanitária como devia. "Não é suficiente”, disse a chanceler, sem deixar de advertir que, para proteger as fronteiras externas, “não se pode acolher todos os que desejam entrar no espaço europeu”.

Comentários
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  • Um conselho...
    31 mar, 2017 Lisboa 13:59
    Caro "Otário cá da quinta", recomendo-lhe que tenha sempre o cuidado de nunca morder a sua própria língua, ou os seus próprios dedos (com que escreve no teclado). O efeito seria, provavelmente, fulminante!
  • otário cá da quinta
    31 mar, 2017 coimbra 12:31
    O rosto desta mulher, revela muita malvadez e hipocrisia. A sua raiva modificou o seu rosto em tão pouco tempo. Tem acontecido com muitos /as das pessoas da nossa politica que em tão pouco tempo se tornar rostos desfigurados, próprios de gente de mau índole, com tendência para serem ditadores se tivessem oportunidade para isso.
  • CAMINHANTE
    30 mar, 2017 LISBOA 17:37
    Quo Vadis Europa?

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