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Empresário detido por engano vai apresentar queixa contra a GNR

28 mar, 2017 - 20:31 • Júlio Almeida

Autoridades procuravam um veículo com suspeitos de assaltar uma gasolineira. Enganaram-se, mas só depois de Ricardo Moreira ter sido agredido, ameaçado e detido, segundo o mesmo.

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Um empresário do ramo automóvel diz que foi sujeito a agressões e abuso de autoridade por parte da GNR, depois de ter sido confundido com um ladrão, viu ser-lhe apontada uma arma e chegou a ser acusado. Agora vai responder por resistência e coacção. À Renascença, disse que já apresentou queixa no Ministério Público (MP) e outra na Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI).

No passado domingo, ao princípio da noite, Ricardo Moreira regressava de Coimbra com um colega depois de fazer compras no Norte do país. Quando a viatura em que os dois homens circulavam parou num cruzamento com semáforos no IC2, à entrada de Águeda, viram-se cercados pela GNR. “Fomos abordados no stop, de lado, aos gritos, parecia um assalto. Entrei em pânico. O meu colega foi debruçado sobre o chão, a chover, ficou todo molhado. Eu só pedia calma, com a arma apontada à cabeça”, contou.

Segundo Ricardo Moreira a GNR procurava os supostos assaltantes de uma gasolineira nas proximidades. “Fui espancado, porque enganaram-se no carro. Nem me informaram dos meus direitos. Disse que tinha sido operado à mão direita e não podia ser algemado, foi a única coisa a que ofereci resistência”, garante.

O empresário da Lousã acabou detido, constituído arguido e passou a noite nas celas do posto. No dia seguinte, foi presente a tribunal e saiu, ficando a aguardar julgamento por resistência e coacção.

A GNR, através do oficial das Relações públicas do Comando de Aveiro, Tiago Meireles, transmitiu que “os guardas usaram a força estritamente necessária para a detenção”, negando, também, “quaisquer ofensas ou recurso a violência gratuita”. Sobre a eventual confusão com o carro de assaltantes envolvidos num furto a gasolineira, a GNR prefere “não abordar o assunto, já que ainda estão em curso diligências de investigação”.

Ricardo Moreira não aceita como razoável a atitude dos militares, que não apresentou pedido de desculpas e ainda o acusou. Por isso, apresentou queixa no MP de Águeda no mesmo dia em que foi ouvido no tribunal. Prepara também uma exposição do sucedido para enviar ao cuidado da Inspecção-Geral da Administração Interna.

A GNR suspeitou da viatura abordada pela cor branca e inúmeras peças de automóvel no interior. Só quando verificaram que as matrículas não correspondiam à descrição dos assaltantes em fuga é que terão desmobilizado.

Comentários
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  • Leão de Amsterdam
    02 abr, 2017 Amsterdam 13:16
    Primeiro os agentes deviam fazer o teste de alcool,não fizeram agora é tarde demais,segundo os agentes tem roupa militar estão quase sempre defendidos pela classe,terceiro quem ficou machucado por muito que bérre poucas chances tem de incriminar os policias ou daquí por 20 anos o tribunal diz que prescreveu o tempo.
  • Armado candeias
    30 mar, 2017 Lousa 17:09
    Cambada de otarios
  • dymas
    30 mar, 2017 porto 14:00
    agente da GNR compra BMW 0 kms topo de de gama com ordenado de 750€ aqui sim esta qualquer coisa mal contada ! há pois saio na raspadinha ;)
  • Viver com Dignidade
    29 mar, 2017 Do mundo dos vivos 23:29
    Esta estória está muito mal contada, temos que ir à estória média e depois à história verdadeira.
  • RICARDO MOREIRA
    29 mar, 2017 LOUSA 12:47
    ESTOU SEM PALAVRAS ... O RESPEITO PELAS AUTORIDADES VAI SE PERDENDO ATE ALGUÉM PERDER A CABEÇA ... O QUE MAIS ME DEIXA INDIGNADO E A IMPOTÊNCIA PARA O CASO EM QUESTÃO (A JUSTIÇA PARECE O WALLY )
  • Honey Badger
    29 mar, 2017 Lisboa 11:39
    O Ricardo faz muito bem em apresentar queixa e levar o caso às últimas consequências. É inacreditável que as autoridades se comportem com esta prepotência. E de perder tempo e dinheiro já ninguém o livra! É triste.
  • Judite Gonçalves
    29 mar, 2017 Barreiro 10:38
    Enganam-se, agridem, não pedem desculpa e ainda apresentam queixa. É mesmo assim, quem tem poder e autoridade usa e abusa. Em vez de sentirmos que as forças de segurança existem para nos proteger, não existem para agredir. Enganar todos nos enganamos, mas não pedir desculpa pelo engano já vai um pouco além do razoável e ainda apresentar queixa! Nem há palavras. O uso da força já parece o habitue. A GNR viu que se enganou, pedia desculpa e deixava a pessoa em paz, não vão apresentar queixa para complicar ainda mais a vida de pessoas inocentes.
  • Beaver
    29 mar, 2017 Fornos de Algodres 10:27
    Só quem nunca trabalhou sob o stress do momento pode fazer juízos de valor sobre a actuação da GNR. Se os tivessem deixado seguir, estariam aqui a comentar que a GNR não presta para nada. Desta forma criticam-nos por abuso de autoridade.
  • lérias
    29 mar, 2017 Anadia 09:29
    É estranho que o oficial das Relações publicas da GNR comente a atuação correta dos militares, que foi correta segundo o senhor, mas já quanto à confusão de viaturas já nada diz pois estão em curso averiguações. 2 pesos 2 medidas. Com agentes da autoridade assim estamos bem.
  • Pedro Silva
    29 mar, 2017 Braga 09:19
    São as N/ forças de segurança, no outro dia estava a decorrer um assalto numa residência e após terem sido chamados os larápios ainda estavam na habitação e eles ficaram perto de meia hora a 100 metros de distancia aguardar que eles fossem embora. Haja pachorra

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