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Passos Coelho. Défice foi alcançado com “medidas extraordinárias"

25 mar, 2017 - 00:37

Líder social-democrata reforça que "a dívida pública no país aumentou em 2016 depois de ter baixado em 2015" e que os números do crescimento em Portugal "são valores muito modestos" comparados com o crescimento em Espanha e na Irlanda.

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O presidente do PSD lembra, em Paris, que o défice de 2,1% do PIB foi alcançado com "medidas extraordinárias" e "será outro desafio enorme este ano para chegar ao mesmo nível".

"O objectivo do défice foi alcançado, porém, foi alcançado com medidas desta natureza. O que significa que será outro desafio enorme, este ano, para ver se conseguimos chegar ao mesmo nível e outro tanto para o ano a seguir e por aí fora. Será difícil", indicou Pedro Passos Coelho perante uma centena de pessoas na sede do partido Les Républicains, em Paris.

O líder social-democrata afirmou, ainda assim, estar "satisfeito" por se ter cumprido "um défice claramente abaixo de três por cento", o que "é bom" tendo em vista uma saída do Procedimento por Défice Excessivo.

"O nosso défice terá ficado em 2,1% e isso é bom porque nós queremos sair do Procedimento por Défice Excessivo em que nos colocaram há uns anos. Fizemos muito por isso quando estivemos no Governo e achamos que o país fez o esforço que precisava e que merece para poder sair desse procedimento", indicou.

Passos Coelho alertou que o número foi alcançado através de receitas extraordinárias que se fosse ele a tomar "caía o Carmo e a Trindade" e que contaram "0,4%", nomeadamente através de "reavaliação de activos, das empresas e impostos regularizados".

"Felizmente não fui eu que tive de as tomar. Umas quantas são medidas extraordinárias, receitas extraordinárias, quer dizer, por definição, coisas que não se podem repetir. São extraordinárias", indicou, no discurso, sem ter falado com os jornalistas à margem do encontro.

O líder do PSD também disse que houve "um corte no investimento público que colocou o investimento público como já não há paralelo" na "história democrática" de Portugal.

"É preciso recuar realmente muitas dezenas de anos para ir ver um nível de investimento público tão baixo como o que se atingiu em 2016. Foram 1.170 milhões de euros a menos do que aquilo que estava previsto em investimento público e mais uns cortes cegos na administração que é uma espécie de apertar com o cinto", afirmou, avisando que "não se pode fazer omelete sem ovos" porque os serviços públicos precisam de "poder fazer gastos".

Pedro Passos Coelho afirmou, também, que "a dívida pública no país aumentou em 2016 depois de ter baixado em 2015" e que os números do crescimento em Portugal "são valores muito modestos" comparados com o crescimento em Espanha e na Irlanda.

O INE divulgou hoje que o défice orçamental ficou nos 2,1% do PIB em 2016, em linha com o previsto pelo Governo e um valor que abre caminho ao fim do Procedimento por Défices Excessivo.

Na primeira notificação ao Eurostat, no âmbito do PDE, o Instituto Nacional de Estatística refere que, em contas nacionais, as que contam para Bruxelas, o défice das Administrações Públicas fixou-se em 3.807,3 milhões de euros no conjunto do ano passado, o que corresponde a 2,1% do Produto Interno Bruto.

Este valor está em linha com a última previsão do Governo, uma vez que o ministro das Finanças, Mário Centeno, garantiu no Parlamento que o défice "não seria superior a 2,1% do PIB".

O valor reportado ao Eurostat abre a porta para que Portugal saia do PDE aplicado ao país desde 2009, por ser inferior não só ao valor de referência de 3,0% previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), mas também da meta mais exigente, de um défice de 2,5% do PIB, definida para o país aquando do encerramento do processo de aplicação de sanções.

Comentários
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  • este trafulha
    25 mar, 2017 lx 22:29
    oportunista, continua a debitar com bandeirinha na lapela, lembrando-nos que foi o "Miguel de Vasconcelos", contemporâneo! Insiste, insiste, flete, flete e não pára de nos atentar a inteligência! Vai trabalhar se é que sabes fazer alguma coisa de útil na vida!
  • Maria da Fonte
    25 mar, 2017 Lisboa 18:08
    É inacreditável a "pobreza" política deste senhor. Todos os anos da sua legislatura estiveram a usar o dinheiro dos portugueses, que não viveram acima de possibilidades que nunca lhes foram concedidas e, o país já percebeu à muito, quem foi a meia dúzia digna dessa descrição, tiveram sempre que elaborar orçamentos retificativos, vendendo até a cultura, a dignidade, a saúde e a educação do povo para fazer de "bom aluno" aos olhos dos neoliberais da Europa (quiçá almejando um "tachinho" como Durão Barroso), vem agora neste estilo sem estilo nenhum, colocar dúvidas e praguejar, com certeza, aos peixinhos porque até esses já não devem ter mais paciência para tanta insuficiência. O que se passa no PSD?
  • Eborense
    25 mar, 2017 Évora 15:00
    "É possível governar Portugal sem cortar salários e pensões, como ficou provado". Guarda bem esta frase na tua memória, que é para mais tarde recordares. No entanto, pergunto-te se já fizeste bem as contas relativamente à diferença entre o aumento salarial que tiveste e os impostos que pagas a mais. Provavelmente terás a desagradável surpresa de verificares, que afinal o teu salário baixou.
  • Jorge
    25 mar, 2017 Sintra/Queluz 12:43
    Espero que a presente e atual liderança PSD/PPD, esteja lá por muitos anos, porque é o melhor cimento, para unir a grande frente de esquerda: PS,BE e PCP,que governará Portugal, durante muitos e largos anos, com um sentido intrínseco de justiça social e de não subserviência face a Bruxelas e aos "Dijsselbloeme/s" ... É possível governar Portugal sem cortar salários e pensões, como ficou provado! Uma questão de sensibilidade SOCIAL.
  • Jorge
    25 mar, 2017 Sintra/Queluz 12:38
    Espero que a presente e atual liderança PSD/PPD, esteja lá por muitos anos, porque é o melhor cimento, para unir a grande frente de esquerda: PS,BE e PCP,que governará Portugal, durante muitos e largos anos, com um sentido intrínseco de justiça social e de não subserviência face a Bruxelas e aos "Dijsselbloeme/s" ... É possível governar Portugal sem cortar salários e pensões, como ficou provado! Uma questão de sensibilidade SOCIAL.
  • João Rodrigues
    25 mar, 2017 Lisboa 11:13
    Durante os quatro anos e tal, quantas medidas extraordinárias, ou seja quantas empresas portuguesas vendeste, e onde colocaste o dinheiro recebido que deverias ter aplicado na redução do défice ou da divida pública, mas não, para onde foi é um mistério, espero que a "esquerdalha" descubra todas as tuas tramóias, ou vais dizer que nunca foste governo....
  • dragon
    25 mar, 2017 PORTO 10:59
    Mas afinal o que é que conta?É o déficit abaixo dor 3% ou acima? Foi importante o caminho para lá chegar? O que interessa à UE? Não entendo. No "reinado deste senhor" eu estive muito tempo desempregado, felizmente, graças à melhoria da economia, por medidas introduzidas por este governo, já estou a trabalhar. Afinal, a mim e, ao comum dos portugueses o que interessa este discurso das medidas extraordinárias? Se o país, é OBRIGADO a cumprir o que deve fazer? No tempo de PPC ouvi-o proferir palavras como "choramingas", "que se lixem as eleições", "guerras constantes com TC", etc., etc., ... Ás vezes é melhor dizer menos...
  • Lourenço
    25 mar, 2017 Almada 10:57
    Perdeste uma boa oportunidade de estares calado e não dares mais nas vistas e razões para as pessoas falarem! Então e tu com todas as medidas extraordinárias que todos nós sabemos e sentimos nem sequer te aproximaste do valor do défice a alcançar! Não era melhor estares calado?
  • A.Ferreira
    25 mar, 2017 Amadora 09:34
    Que moral terá este sujeito, para criticar o bom trabalho dos outros. Nunca passou de um protegido, daquele individuo de nome A.Correia, vegetando pelas empresas para onde o iam empurrando. Não se lhe reconhece qualquer valor ou competencia. Agarra-se à politica como à vida, dado nada saber fazer. Como pode o partido continuar a aturar líderes desta estirpe?
  • Antonio
    25 mar, 2017 Vale de Cambra 08:52
    Quanto recebes por cada PARVOICE ?

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