23 mar, 2017 - 01:10 • Paula Caeiro Varela , Eunice Lourenço
O encontro entre a candidata do PSD a Lisboa, Teresa Leal Coelho, e o ex-deputado José Eduardo Martins, que coordenou o programa para a capital a pedido da concelhia social-democrata, foi um almoço de trabalho muito produtivo, ao que disseram à Renascença várias fontes sociais-democratas. Os dois almoçaram esta quarta-feira e devem agora trabalhar em conjunto.
O antigo deputado, que a concelhia chegou a querer lançar como candidato e recusou, mostrou-se disponível para ajudar a candidata escolhida pelo líder do partido e entregou-lhe a versão final do programa que o PSD-Lisboa lhe tinha pedido para fazer. Agora, Teresa Leal Coelho irá ler o documento e deve, em breve, reunir-se com os presidentes de junta do PSD, que também ajudaram a fazer esse programa. Depois de, eventualmente ainda fazer algumas contribuições pessoais para o programa, Teresa Leal Coelho poderá adoptá-lo e até haver uma apresentação conjunta de candidata e programa.
Recorde-se que o presidente do PSD-Lisboa, Mauro Xavier, manifestou pública discordância da forma como foi feita a escolha da candidata e até quis apresentar o programa para a capital antes de haver candidato. O nome de Teresa Leal Coelho foi-lhe comunicado formalmente uma hora antes do plenário concelhio que acabaria por aprovar a candidatura apenas cum ma abstenção.
José Eduardo Martins, a dada altura, distanciou-se da estratégia da concelhia e acabou por não entregar a versão final do programa a Mauro Xavier, mas à própria Teresa Leal Coelho.
O almoço desta quarta-feira terá sido apenas o primeiro encontro entre ambos e, na direcção do PSD, há vontade de aproveitar o trabalho já feito, assim como a disponibilidade de um nome que tem sido crítico de Passos Coelho.
A disponibilidade de José Eduardo Martins não irá, contudo, ao ponto de aceitar integrar a lista de Teresa Leal Coelho como candidato a vereador.
Oeiras, Loures e Odivelas por fechar
Com a situação de Lisboa resolvida, Pedro Passos Coelho falará esta quinta-feira ao seu conselho nacional, que se reúne à noite num hotel em Lisboa. Um conselho nacional que quase cumpre a promessa do líder social-democrata de fechar o processo autárquico até ao fim de Março.
Faltam, contudo, ainda fechar as candidaturas sociais-democratas a 15 concelhos, entre os quais estão municípios tão importantes e populosos como Oeiras, Odivelas e Loures.
O problema em Oeiras chama-se Isaltino Morais, o antigo autarca que terá chegado a ser sondado pela distrital do PSD de Lisboa para integrar a lista à Assembleia Municipal de uma candidatura de Paulo Vistas, o actual presidente da câmara e antigo número dois de Isaltino, que foi eleito precisamente pelo movimento Isaltino, Oeiras mais à Frente.
Contudo, um eventual regresso de Isaltino provocou tal polémica no PSD que o coordenador autárquico, Carlos Carreiras, o colocou de parte.
E o antigo autarca até ameaça agora concorrer. Isto dependerá, contudo, da própria candidatura de Paulo Vistas.
O PSD ponderou o apoio a Paulo Vistas, mas como candidato próprio. Contudo, isso exigiria que Vistas se demarcasse do movimento e de Isaltino, o que não aceitaria e até poderia dar força a uma candidatura do anterior autarca.
Assim, a situação acabou por chegar a um impasse e, segundo fontes sociais-democratas, o candidato do PSD pode acabar por ser o líder da concelhia, Ângelo Pereira.
Também por fechar ficam os 30 concelhos das regiões autónomas.
Os respectivos órgãos regionais do PSD comprometeram-se a fazer chegar os nomes em Abril a Lisboa para ratificação pela comissão política do partido.
E ainda em aberto está também o aumento de coligações com o CDS. Os dois partidos assinaram um acordo geral de cooperação para as eleições autárquicas, mas as coligações ficam dependentes das estruturas locais. De momento, estão fechadas 99 coligações, mas o PSD está disponível para chegar às 140 alianças com o CDS.