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Universidade de Coimbra desenvolve projeto para regenerar óleos lubrificantes usados

08 mai, 2024 - 12:11 • Olímpia Mairos

A ideia é limpar os óleos usados através do uso de dióxido de carbono supercrítico e reintroduzi-los no ciclo de vida.

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Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver uma tecnologia sustentável para a regeneração de óleos lubrificantes usados, através de dióxido de carbono (CO2) de instalações industriais.

Em comunicado, a universidade explica que o projeto denominado “Regeneration of used lubricant oil by supercritical CO2 - a process towards circular economy and environmental health (NeWLOife)” “pretende reduzir o elevado impacto ambiental dos óleos lubrificantes usados e criar um produto de alta qualidade capaz de ser reintroduzido no seu ciclo de vida útil.

De acordo com Cecília Santos, investigadora do Departamento de Química da FCTUC e coordenadora do projeto, citada no comunicado, “os óleos lubrificantes usados são altamente poluentes, mas podem ser também um recurso, uma vez que são derivados do petróleo”.

“Se tivermos a possibilidade de regenerar eficazmente aquele que já existe em vez de utilizar óleo novo, é, naturalmente, uma mais-valia. Se, adicionalmente, pudermos aproveitar o dióxido de carbono das indústrias para o processo de regeneração, podemos atingir uma pegada negativa”, assinala.

A ideia - segundo a investigadora - é limpar os óleos usados através do uso de dióxido de carbono supercrítico e reintroduzi-los no ciclo de vida.

“A utilização de CO2 como solvente não só tem o potencial de ser uma tecnologia mais limpa e mais económica, sem produtos secundários, como pode ajudar a capturar dióxido de carbono de instalações industriais”, explica

Na nota enviada à Renascença, a academia sublinha que os resultados obtidos são bastante promissores e mostram que esta tecnologia pode trazer diversas vantagens a vários níveis, mas em particular para o meio ambiente, quando comparada com as já existentes.

“Neste momento, estão ainda a decorrer alguns estudos ao nível da composição química do óleo regenerado, mas o passo seguinte é a otimização do processo”, lê-se no documento.

Segundo a investigadora Cecília Santos, a tecnologia tem duas particularidades que a diferenciam das restantes: “pode ser autossustentada, o que terá impacto económico, ao reaproveitar CO2 e direcionar os contaminantes dos óleos para outras indústrias; e é menos poluente, os processos que existem atualmente utilizam solventes, gerando resíduos ainda mais contaminantes do que o próprio óleo usado”.

“Temos aqui vantagens claras e estamos no ponto do projeto em que já temos evidencias de que o processo é viável e tem um bom rendimento. É ainda necessário otimizar, melhorando as condições experimentais para conseguirmos uma maior quantidade de óleo e com melhor qualidade”, remata.

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