09 mar, 2017 - 16:10
O antigo primeiro-ministro polaco Donald Tusk foi reconduzido esta quinta-feira na presidência do Conselho Europeu.
Um dos países que se opôs foi o Governo polaco, que indicou outro candidato ao cargo, o eurodeputado Jacek Saryusz-Wolski.
"Grato pela confiança e pela avaliação. Farei o meu melhor para tornar a União Europeia melhor", prometeu Donald Tusk numa primeira reacção publicada na rede social Twitter.
Mais tarde, em comunicado, agradeceu a solidariedade e apoio dos líderes europeus que o reconduziram no cargo, apesar da oposição da Polónia.
“Sei que pode soar como um paradoxo, devido ao contexto, mas a vossa decisão foi hoje a expressão da vossa unidade”, adiantou, prometendo que irá trabalhar com todos os chefes de Estado e de Governo dos 28 Estados-membros, sem exceção, porque, salientou: “estou verdadeiramente devotado a uma Europa unida”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que a reeleição de Tusk enviará "um sinal de estabilidade para toda a União Europeia".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou Donald Tusk pela reeleição na presidência do Conselho Europeu, esperando que durante o seu mandato "a participação de Portugal no projeto europeu possa encontrar novas oportunidades para se fortalecer e consolidar".
O primeiro-ministro, António Costa, considera que a presidência do Conselho Europeu está em boas mãos, assim como a Comissão Europeia de Jean-Claude Juncker, mas disse esperar que "rapidamente" haja uma mudança no Eurogrupo.
A escolha do presidente do Conselho Europeu dominava a agenda da cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, em Bruxelas, sendo que Tusk já tinha praticamente garantida a sua recondução para um novo mandato de dois anos e meio, apesar da oposição do seu país, a Polónia.
"As regras foram quebradas"
A reeleição de Donald Tusk demonstra que a União Europeia é dominada pela Alemanha, acusa Jaroslaw Kaczynski, líder do partido que governa a Polónia.
O conservador Kaczynski não tem dúvidas de que os líderes europeus violaram as regras na forma como reconduziram o presidente do Conselho Europeu.
“A regre de que os responsáveis de alto nível devem ser apoiados pelo país de origem foi quebrada”, disse o líder do Partido Lei e Justiça, que afastou a possibilidade de a Polónia abandonar a UE.
[notícia actualizada às 00h28]