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Costa avisa: Estratégia assente em baixos salários compromete competitividade

17 jan, 2017 - 12:51

Primeiro-ministro defende a necessidade de "atrair, fixar e manter o capital humano" no país.

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"O primeiro-ministro, António Costa, rejeitou, esta terça-feira, a ideia de que Portugal consiga ser competitivo com uma estratégia assente em baixos salários, defendendo a necessidade de "atrair, fixar e manter o capital humano" no país.

Na sessão de abertura do seminário de acolhimento sobre práticas internacionais no âmbito da 21.ª edição do programa INOV Contacto, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, António Costa enalteceu o aumento consecutivo das exportações portuguesas nos últimos 20 anos, defendendo que para que este movimento prossiga as empresas têm que manter a "trajectória de melhoria das condições de competitividade".

"No mundo de hoje, num país europeu, esse factor de competitividade assenta, essencialmente, nos factores associados à inovação. Não vale a pena termos a ilusão que numa estratégia assente em baixos salários nós conseguiremos ser competitivos", disse Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, se Portugal quer ser competitivo tem que ser capaz de "atrair, fixar, manter o capital humano", destacando o trabalho que as universidades fazem, designadamente nos programas Erasmus.

"Não quer isto dizer que tenhamos que ser um país fechado e a que melhor forma de vos atrair e manter em Portugal não seja fomentar a vossa internacionalização. A vossa internacionalização é muito importante para o desenvolvimento do conjunto da economia", disse António Costa.

O primeiro-ministro espera por isso que muitos - a maioria - dos participantes neste programa de internacionalização queiram regressar a Portugal e aproveitar no país tudo o que vão aprender ao longo deste estágio.

Os ponta-de-lança da internacionalização

"Esta experiência que o INOV Contacto proporciona é um factor de capital absolutamente essencial para que as nossas empresas possam melhorar a qualidade da sua gestão, possam compreender melhor o que são os desafios dos mercados globais e possam por isso melhorar a sua competitividade", sublinhou.

Para Costa, "não é por acaso" que a empregabilidade dos participantes neste programa em edições anteriores é bastante elevada, situando-se na ordem nos 70%.

O INOV Contacto foi lançado em 1997 e, segundo o chefe do Governo "tem sido um programa de Estado e com grande sucesso", tendo ao longo das 21 edições envolvido a realização de cinco mil estágios, em mil diferentes empresas, em mais de 70 mercados.

"A valorização dos nossos recursos humanos faz de vocês não só embaixadores de Portugal como pontas-de-lança da internacionalização da economia portuguesa", disse, dirigindo-se directamente aos participantes nesta edição.

Segundo Costa, Portugal é dos poucos países que tem uma língua que é global, falada já por 260 milhões de pessoas, sendo a língua uma ferramenta fundamental neste ciclo da globalização.

Comentários
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  • Jorge
    17 jan, 2017 Aveiro 16:39
    Já não era sem tempo de alguém neste país cumprir minimamente com o que se comprometeu antes das eleições... No geral está a cumprir... Acho piada a estes "tristes" que não têm outro nome de vir arranjar desculpas para a não subida do salário mínimo!!! Então a melhor opção é não subir, é isso? Mas acham que o nosso país deve ou não aumentar salários? Bora lá seguir em frente e aumentar o rendimento disponível das famílias e depois veremos se a economia crescerá ou não... Será meio caminho feito para que isso acontece se na generalidade todos os portugueses tiverem uma subida de rendimentos, ou alguém acha que quem ganha salário mínimo irá poupar muito?
  • Carlos
    17 jan, 2017 Lisboa 15:47
    Mas que grande lata a deste senhor!!! Então acaba de aprovar a redução da TSU pras empresas que paguem o salario mínimo.. isso é, incentivar aos baixos salários, ou não? mas mais grave, é essa redução da TSU ser suportada em 50% este ano pela segurança social (40 milhões) e os restantes pelos contribuintes (orçamento do estado)...resumindo, pensionistas, reformados e contribuintes é que pagam a redução da TSU as empresas que paguem o salario mínimo.... mas que lata vir dizer isto.....
  • Filipe
    17 jan, 2017 Amadora 15:45
    Bem, uma das promessas foi devolver rendimentos. Está a cumprir. Se está a cumprir, na optica de alguns é porque é mentiroso. Só para rir! É por causa de mentalidades destas que os 8 caramelos mais ricos têm tanto como a metade da população pobre de mundo inteiro. No ano passado eram 60, agora são 8. Vergonha. Em Portugal os carros esgotados são os de luxo, os mais caros mas, depois, não há 20 e tal euros por mês, para aumentar vencimentos miseráveis, com a desculpa classica do "estamos em crise". E ainda há labregos que defendem isto. Das duas uma, ou são daqueles que já estão instalados confortavelmente e os outros que se lixem, ou são burrinhos que nem uma porta.
  • Alberto
    17 jan, 2017 Funchal 14:01
    Deve avisar o Primeiro Ministro; contudo, quando se tem dupla personalidade...é patológico.
  • Pedro Rodrigues
    17 jan, 2017 Beja 13:51
    Menú de António Costa para hoje: Coelho no espeto.
  • COSTA DEMAGOGO
    17 jan, 2017 Lx 13:26
    O mestre da pantomina sempre a falar em competitividade quando tem um governo inimigo do investimento com o BE e PCP.Mas acha que alguém investe no país com essa carga negativa que apoia o governo para aquilo que é simpático( reversões, salários e reformados e pensionistas) e para aquilo que não é simpático já não apoia o mestre da pantomina chamado Costa? Um governo sem estratégia, assente na mentira, na propaganda barata e na governação à vista apenas por mera sobrevivência política...Enfim, um embuste que os portugueses começam a ver que é grande e que nos vai levar ao ponto de partida de 2011...Já vimos o filme com o outro pantomineiro chamado Sócrates...

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