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​Irmão do líder norte-coreano assassinado com gás altamente tóxico

24 fev, 2017 - 08:12

A Coreia do Norte quebrou o silêncio e acusa a Malásia, país onde morreu Kim Jong-nam, de conspirar com a Coreia do Sul.

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Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano, foi assassinado com um químico letal fabricado para contextos de guerra química, anunciou esta sexta-feira a polícia malaia.

Ao divulgar o relatório toxicológico sobre esta morte no aeroporto de Kuala Lumpur, a polícia indicou que o veneno usado pelos assassinos era o gás altamente tóxico VX, que não tem odor ou sabor.

Vestígios deste gás foram detectados no rosto e olhos de Kim.

Imagens de videovigilância que captaram o ataque de 13 de Fevereiro mostram Kim a ser abordado por duas mulheres que colocam algo na sua cara.

Momentos depois Kim é visto a pedir ajuda aos funcionários do aeroporto, que o encaminham para a clínica.

A polícia malaia disse que ele sofreu uma convulsão e morreu antes de chegar ao hospital.

Detidas três pessoas

Uma autópsia excluiu paragem cardíaca, e os investigadores focaram-se na teoria de que uma toxina foi colocada no seu rosto, com a Coreia do Sul a insistir que se tratou de um assassínio.

Os detectives malaios detiveram três pessoas - duas mulheres da Indonésia e Vietname e um homem norte-coreano - mas quer interrogar outros sete.

A imprensa norte-coreana quebrou o silêncio de dez dias na quinta-feira e lançaram duros ataques à Malásia, que dizem gerir o caso de forma "imoral" e politicamente motivada.

A agência oficial KCNA disse que a Malásia era a principal responsável pela morte, e acusou o país de conspirar com a Coreia do Sul. Condenou ainda as autoridades malaias por não libertarem o corpo "sob o pretexto absurdo" de que precisa de amostras de ADN que sejam entregues pela família de Kim.

A Coreia do Norte nunca reconheceu que a vítima é o meio-irmão do líder Kim Jong-un, apelidando-o apenas de "um cidadão" norte-coreano que "transportava um passaporte diplomático".

Químico potente

O único uso conhecido do VX é em contextos de guerra química e o Centro para o Controlo e Prevenção da Doença (CDC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos descreve-o como "o mais potente" de todos os agentes que actuam sobre o sistema nervoso.

"É possível que qualquer contacto líquido visível de VX com a pele, a não ser que lavado imediatamente, possa ser letal", explica o CDC no seu portal.

Todos os químicos que actuam sobre o sistema nervosa impedem o funcionamento adequado de uma enzima que 'desliga' glândulas e músculos. Sem essa função, as glândulas e músculos estão constantemente a ser estimuladas, e eventualmente cansam-se e tornam-se incapazes de sustentar a respiração.

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