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Governo angolano diz que acusação a Manuel Vicente ameaça relações com Portugal

24 fev, 2017 - 14:26

António Costa recorda a separação de poderes e acredita que as relações entre os dois países manter-se-ão intactas.

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O Governo angolano classifica como “inamistosa e despropositada” a forma como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do Ministério Público de Portugal ao vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, e alerta que essa acusação ameaça as relações bilaterais.

A posição surge esta sexta-feira numa nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, protestando veementemente contra as referidas acusações, “cujo aproveitamento tem sido feito por forças interessadas em perturbar ou mesmo destruir as relações amistosas existentes entre os dois Estados”.

O Governo português está, desde 2016, a preparar a visita oficial do primeiro-ministro António Costa a Angola, prevista para a próxima primavera.

No documento do Ministério, refere-se que as autoridades angolanas tomaram conhecimento “com bastante preocupação, através dos órgãos de comunicação social portugueses”, da acusação do Ministério Público português “por supostos factos criminais imputados ao senhor engenheiro Manuel Vicente”.

Para o Governo angolano, a forma como foi veiculada a notícia constitui um “sério ataque à República de Angola, susceptível de perturbar as relações existentes entre os dois Estados”.

“Não deixa de ser evidente que, sempre que estas relações estabilizam e alcançam novos patamares, se criem pseudo factos prejudiciais aos verdadeiros interesses dos dois países, atingindo a soberania de Angola ou altas entidades do país por calúnia ou difamação”, sublinha a nota.

As autoridades angolanas consideram que, juntamente com Portugal, as suas relações deviam concentrar-se “nas relações mutuamente vantajosas, criando sinergias e premissas para o aprofundamento da cooperação económica, cultural, política, diplomática e social, como meio de satisfação dos interesses fundamentais dos seus povos”.

António Costa já respondeu a estas críticas angolanas. À margem de uma visita ao Porto, o primeiro-ministro limitou-se a recordar a separação de poderes que existe em Portugal e manifestou a sua esperança de que as relações entre Lisboa e Luanda não sofram qualquer alteração negativa.

Já esta semana, a visita da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem, a Angola, que deveria ter começado na quarta-feira, foi adiada “sine die”, no dia anterior, anunciou em comunicado o Ministério da Justiça português.

No comunicado, referia-se apenas que “a visita da Ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento”.

A visita de Francisca Van Dunem a Angola deveria durar três dias (22 a 24 de Fevereiro) e previa esta sexta-feira uma intervenção da governante portuguesa num fórum sobre serviços de Justiça, que está a decorrer em Luanda.

A confirmação desta visita foi feita a 10 de Fevereiro, também em Luanda, pelo chefe da Diplomacia portuguesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que esteve em Angola a preparar a deslocação oficial do primeiro-ministro português.

Comentários
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  • 26 fev, 2017 11:11
    Quiseram a independencia para quê ? Um estudo sociológico, de à pouco tempo, interrogou o povo simples de Angola. A grande maioria disse que vivia muito melhor no tempo da governação portuguesa e que preferia que fossem os portugueses a governar. Pergunta-se se estes individuos que teem passado pelo governo teem formação e competencia para administrar um país. Roubar, subornar nos negócios, não reconhecer os direitos mais basicos do povo, etc. até um analfabeto consegue. Dar educação, saude, bem estar social à generalidade do povo e não a meia duzia de nababos, é muito mais dificil e requer princípios, valores, democracia e compaixão pelos que sofrem. Foram 40 anos perdidos querida Angola.
  • SALAZAR
    24 fev, 2017 LX 16:20
    ESTES BANDIDOS DESTES PRETOS EM ANGOLA APRENDERAM COM A ESCUMALHA PS, PSD E CDS QUE HÁ QUARENTA ROUBA E DESTRÓI PORTUGAL.
  • Para refletir...
    24 fev, 2017 Almada 15:56
    Uma coisa é a separação de poderes, outra é os poderes não serem eleitos democraticamente nem justificarem as suas decisões perante o povo na Assembleia da República. Parece que certos poderes podem fazer o que entendem pois nunca ninguém lhes faz perguntas. E até é normal haverem decisões em sentidos contrários, como se a lei fosse ambígua.
  • Filipe
    24 fev, 2017 évora 15:10
    Portugal ultimamente tem transformado e por inercia do poder político , os tribunais em reacionários e fascistas , e mesmo só de alguns .

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