21 fev, 2017 - 15:51 • Paula Caeiro Varela
O deputado Emídio Guerreiro vai ser o novo presidente da comissão e inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos. O nome do deputado e ex-secretário de Estado do Desporto foi escolhido pelo PSD para substituir José Matos Correia que, na semana passada, se demitiu da presidência da comissão.
O PSD e o CDS também entregaram esta terça-feira um requerimento a pedir a suspensão dos trabalhos até a comissão receber documentos que foram solicitados pelo Parlamento a entidades como a Caixa, o Banco de Portugal, o Ministério das Finanças e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) - e que foram alvo de uma primeira decisão favorável do Tribunal da Relação, da qual foi pedida recurso - ou até que seja obtida uma decisão final do Tribunal.
A escolha de Emídio Guerreiro indica também que o PSD se vai manter na actual comissão de inquérito que, aliás, foi criada pelo uso do direito potestativo (direito de impor) por parte do PSD e do CDS. Na quinta-feira, depois da demissão de Matos Correia o PSD ficou de tomar uma decisão sobre a continuação ou não na comissão de inquérito, onde os sociais-democratas têm acusado a esquerda de estar a inviabilizar os trabalhos.
No centro da polémica – que levou à demissão de Matos Correia – está a intenção de PSD e CDS de a comissão também investigar o convite a António Domingues para presidir à Caixa Geral de Depósitos e a sua posterior demissão. Aqueles dois partidos pediram documentação trocada entre Domingues e o Ministério das Finanças e querem também ter acesso às mensagens de telemóvel trocadas com o ministro Mário Centeno.
Os partidos da esquerda argumentam que o objecto de investigação da comissão não inclui esse período, mas apenas os anos de gestão da Caixa que levam à necessidade de recapitalização e inviabilizaram o pedido dos SMS, assim como o uso dos mails já enviados por António Domingues para o Parlamento.
Perante esta situação, PSD e CDS já anunciaram, na sexta-feira, a intenção de obrigar à criação de uma nova comissão de inquérito parlamentar à Caixa, precisamente para esclarecer as circunstâncias do convite a António Domingues e a demissão deste e da sua administração, que cessou funções no fim de 2016.
[notícia actualizada às 19h15]