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Marcelo compara eventual demissão de Centeno à crise de 2013

20 fev, 2017 - 21:45

Presidente da República defende continuidade do ministro das Finanças: "Há decisões fundamentais para a estabilidade financeira no futuro próximo".

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O que se vai passar no próximo mês é demasiado importante para Portugal correr o risco de uma demissão do ministro das Finanças, defendeu esta segunda-feira o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à TVI, explicou o que se vai passar nos próximos tempos e que justifica que tenha concordado com a continuação de Mário Centeno no Governo.

“Sobre esse episódio, o Presidente tomou uma decisão a pensar no interesse nacional. O que é isso quer dizer? Não sei se os portugueses têm a noção que nós, daqui a um mês, temos a saída dos números do Eurostat sobre a situação financeira do ano anterior, logo a seguir temos uma decisão importante da Comissão [Europeia] sobre a saída ou não de Portugal do procedimento de défice excessivo, que vai depois ao Conselho. Entretanto, temos uma operação importante de capitalização da Caixa. Isto é, há um conjunto de decisões fundamentais para a estabilidade financeira no futuro próximo”, argumenta o Presidente.

Marcelo Rebelo de Sousa lembra a crise política do Verão de 2013 para explicar que uma demissão de Mário Centeno, por causa da polémica em torno das declarações de rendimento dos administradores da Caixa Geral de Depósitos, podia ter consequências mais graves.

“Em 2013, num contexto menos agitado, o ministro das Finanças pediu a demissão. Isso provocou a demissão do líder do segundo partido do Governo [Paulo Portas], uma tentativa do Presidente Cavaco Silva de chegar a um acordo com o líder da oposição [António José Seguro], que se frustrou, um longo período de crise na recomposição do Governo e o eco nos mercados financeiros. Isto é só para os portugueses perceberem um pouco daquilo que o Presidente tem na cabeça quando se ouve falar em estabilidade financeira”, disse o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve nos 24 anos da TVI, disse ainda que estas semanas de polémica sobre a Caixa Geral de Depósitos e uma eventual demissão do ministro das Finanças não foram os mais difíceis do seu primeiro ano de mandato.

“Ao contrário daquilo que as pessoas pensam, eu tive ao longo do ano momentos muito mais complicados do que este", reconheceu.

"Quando entrei havia uma espectativa de dissolve ou não dissolve o Parlamento. Durante os primeiros dois e três meses era essa a questão. Depois passa ou não o Orçamento para 2016 e se não passa há implosão na área do Governo. Depois vem aí o Orçamento para 2017, vem aí o Outono e, portanto, o Governo ‘não passa do Outono’, depois houve a questão da Concertação Social. Portanto, eu aprendi a relativizar as questões”, afirmou o Presidente da República.

Comentários
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  • Eborense
    21 fev, 2017 Évora 07:51
    Portanto, para alguns iluminados o ideal será mudar o governo todos os meses. Sempre tenho ouvido dizer que em equipa que ganha não se mexe. Tirar actualmente o Ministro das Finanças do governo era o mesmo que o Benfica tirar o Mitroglou da equipa.
  • António
    21 fev, 2017 Lisboa 02:22
    Estes comentadores são muito parecidos com aquela cambada que esteve a governar este País, antes dos que estão lá agora. Estão mortinhos por deitar abaixo o governo. Agora o que é certo é que em Portugal é que não pensam, com certeza. Não vejo é esses partidos e estes comentadores a falar do aumento de 10% nos vencimentos que toda a classe política teve no final do ano passado. Isso é que nenhum fala! Seus oportunistas! É por isso que Portugal deve muito, e não por outras razões. Sejam sérios e apartidários e verão que Portugal é que ganha com isso.
  • Zé Português
    21 fev, 2017 Canadá 00:53
    É do povo, é cultural. Um dos males deste país é ter medo de mudanças, a acomodação com medo se ficar pior, faz-nos continuar sempre atrás dos outros e, quem tem medo de andar fica para trás, esta é lógica. O mundo, o futuro é dos corajosos, cobardes não tem vez, nem voz.
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:45
    realmente mario centeno faz muita falta se o homem morre pode desencadear uma crise politica como e que nunca tinha pensado numa coisa destas??
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:34
    nao sabia que o paulo portas se dimitiu por causa do antigo ministro das finanças !Provavelmente o paulo portas so explicou a razao ao professor marcelo!
  • Manuel Silva
    20 fev, 2017 Castelo Branco 23:13
    Quem sabe gerir com eficiência não pode achar Redículo esta afirmação. Ninguém é insubstituível.E quem pensa assim não sabe de nada ou então jogo um jogo difícil de compreender,ou melhor,sabemos e os Portugueses também sabem.Isto é uma forma de proteção a alguém e porquê? Um dia vamos sabê-lo.
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:13
    pode ser um capote de massa!
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:08
    foram boas as ferias sonia?
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:07
    Quanto mais marcelo for a televisao mais dinheiro poupo em electricidade!
  • rosinda
    20 fev, 2017 palmela 23:04
    esteve na tvi nao vi!

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