01 nov, 2016 - 16:26
A unidade de Contra Terrorismo do Iraque capturou a estação de televisão estatal, naquele que é o primeiro edifício importante a ser tomado pelas forças iraquianas desde o início da ofensiva, há duas semanas. A batalha trava-se agora dentro da cidade.
As milícias xiitas e os curdos peshmerga, auxiliados por tropas norte-americanas, estão a avançar em várias zonas da cidade. Esta é uma operação delicada que tem de ter em conta a população que reside naquele local, cerca de um milhão e meio de pessoas.
Mas há outros cuidados a ter durante esta operação militar. O general Bacelar Begonha explicou à Renascença que o problema é também coordenar a acção entre as várias forças envolvidas no conflito.
“É mais difícil pela complexidade de todos os factores e agentes envolvidos. Sabe-se que a Turquia tem um problema com os curdos, sabe-se que o Irão está envolvido com milícias próprias que actuam no Iraque e na Síria, mas parecia que os curdos e os xiitas não iam entrar na cidade devido aos problemas que os xiitas têm com os sunitas”, analisa o militar.
A duração desta operação também é imprevisível, tudo depende da movimentação do autoproclamado Estado Islâmico a esta ofensiva.
“A reacção do Daesh é imprevisível e eles podem até mudar para Raqqa e podem sair em muito número. Mas se eles tentarem resistir até morrer, a ocupação tem de ser bairro a bairro e rua a rua, e isso pode fazer com que dure muito tempo”, explica o general.
Mossul é o último e maior bastião do Estado Islâmico no Iraque. A recaptura poderá marcar o colapso do califado no país desde a sua implementação há dois anos.