A+ / A-

Bruxelas: nenhum país pode escolher refugiados que acolhe

25 jan, 2017 - 12:29

A Grécia acusa Portugal de discriminação a favor dos refugiados yazidi. O Governo de Lisboa espera "que se trate de um mal-entendido".

A+ / A-

O sistema em vigor na União Europeia (UE) não permite a qualquer país seleccionar os refugiados que tenciona acolher, sublinhou uma porta-voz da Comissão Europeia, após notícias sobre um alegado pedido de Portugal para acolher yazidis mal recebido pela Grécia.

Em declarações a jornalistas portugueses, no âmbito de uma visita organizada pelas instituições europeias, Natasha Bertaud, porta-voz da Comissão Europeia para as prioridades do presidente Jean-Claude Juncker, frisou que “um dos princípios fundamentais” do sistema de recolocação “é que nenhum país da UE pode escolher quem recoloca”.

Ou seja, “não pode dizer se prefere mulheres, cristãos ou muçulmanos”, frisou.

“Portugal faz parte do programa de recolocação, já recolocou cerca de 800 pessoas de Itália e Grécia”, mencionou.

A declaração foi feita em resposta à pergunta sobre informações divulgadas esta quarta-feira pela agência de notícias Associated Press segundo as quais a Grécia teria rejeitado um pedido de Portugal para acolher yazidis, por considerar esse pedido discriminatório.

Recusando comentar directamente a reacção grega, Natasha Bertaud recordou que “não se pode seleccionar” qualquer característica entre as pessoas “elegíveis” no programa de recolocação, a não ser “precisarem de protecção”.

Na sequência das informações veiculadas pela AP, o ministro-adjunto Eduardo Cabrita frisou que a vinda para Portugal de 30 pessoas da comunidade yazidi está inserida no programa de recolocação europeu e não em qualquer outro pedido específico.

A eurodeputada Ana Gomes disse que Portugal não fez um pedido específico para receber refugiados dessa comunidade e classificou como absurdo o argumento das autoridades gregas de que há discriminação.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, garantiu que "Portugal não dirigiu nenhum pedido à Grécia para privilegiar, fosse a que título fosse, um conjunto étnico dentro do contingente de refugiados que Portugal se disponibilizou a acolher".

O governante referiu que já esta manhã contactou o embaixador português em Atenas e não há "nenhuma informação da parte das autoridades gregas".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • 25 jan, 2017 23:13
    Mais uma vez a União Europeia a dar tiros nos pés . Portugal é um país soberano naturalmente é Portugal que escolhe que entra nas sua fronteiras não a União Europeia.Na Siria hazidis e cristãos são chacinados, xiitas são perseguidos e os sunitas matam-se uns ao outros é natural que o Estado Português discrimine pios nível de perseguição para cada cultura e cada religião não é igual.
  • Teresa
    25 jan, 2017 lisboa 14:01
    Escolher os refugiados é o correcto! na nossa casa só entra quem nós quisermos! Há que seleccionar os ditos refugiados e enviar de volta os que são migrantes económicos que só se mudam para um pais mais próspero para melhorar o seu nivel de vida.

Destaques V+