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Aborto nas aulas de Educação Sexual? Bispos dizem "não"

10 jan, 2017 - 18:21

Conferência Episcopal Portuguesa apoia petição “online” que torna a sexualidade "técnica".

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O Conselho Permanente dos bispos portugueses manifestou-se esta terça-feira contra a intenção do Governo incluir o tema do aborto nas aulas de Educação Sexual do 2.º ciclo, o que “não” respeita o “direito dos pais à educação dos filhos”.

“A conferência segue com preocupação esta iniciativa do Estado e apoia naturalmente aqueles que não aprovam a inclusão o tema do aborto nesta fase, no tom que é dado”, disse o secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Fátima.

Na primeira reunião do ano do Conselho Permanente da CEP, o padre Manuel Barbosa adiantou que os prelados apoiam, por exemplo, a petição “online” “Aborto como ‘educação sexual’ em Portugal? Diga não”, que é dirigida à Direcção-geral de Educação.

Manuel Barbosa defendeu que a educação sexual “deve ser integrante”, uma educação global, educação para “a personalidade no sentido integral e não apenas assumir isso como questões éticas, de saúde”.

“A educação sexual como é assumida é quase uma focalização técnica, numa questão de saúde quando tem de ser assumida de forma integral, no crescimento da personalidade da pessoa. É nesse tom que devemos colocar e não como está a ser proposto pela Direcção-Geral da Educação”, sublinhou o secretário da CEP.

Segundo o padre Manuel Barbosa, a petição “online” “Aborto como ‘educação sexual’ em Portugal? Diga não”, que tem mais de nove mil assinaturas, também “reafirma o direito dos pais à educação dos filhos”.

Os ministérios da Educação e da Saúde pretendem que todo o ensino obrigatório tenha acesso a um documento que ajude a orientar as aulas de Educação Sexual e propõe que os alunos do segundo ciclo do ensino básico (5.º e 6.º anos) saibam o que é uma interrupção voluntária da gravidez.

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa adiantou ainda que a Comissão Episcopal da Educação Cristã “já reafirmou a posição da Igreja”, mas vai pronunciar-se novamente “com elementos mais precisos”.

O Conselho Permanente da CEP é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos em Portugal, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo-se ordinariamente todos os meses.

Comentários
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  • Manuel
    16 jan, 2017 Coimbra 21:18
    É deplorável, hediondo e repugnante que o Governo ouse chegar ao cúmulo de pretender usar a escola para instruir seres humanos em terna idade com matérias de natureza ideológica e sanguinária - matança de seres humanos nascituros (assunto inseparável de outros temas) - e sem o consentimento dos pais. Andam a receber chorudos salários do erário público para depois se ocuparem a dinamizar podridões éticas/morais como esta.
  • Indignada
    12 jan, 2017 Fig. da Foz 20:10
    A Conferência Episcopal Portuguesa está de parabéns ao apoiar publicamente a defesa da Vida Humana, e uma forma camuflada de promiscuir a juventude, que infelizmente já está algo envenenada, amordaçada ao marxismo cultural, forma "democrática" de ensinar os alores materialistas do comunismo. Esperemos que tenham a coragem e coerência de Cristãos de não enaltecerem o ora falecido "pai do aborto" e das clínicas de extermínio em Portugal, além de ter sido um dos nossos coveiros, um dos pais do endividamento.
  • Joaquim Galvão
    11 jan, 2017 lisboa 11:00
    Educação da sexualidade e da dignidade da pessoa humana para pais e educadores encarregados de educação SIM. Responsabilização destes para a formação da vida dos seus filhos SIM. Mas deixem as crianças ser crianças. Por amor de Deus.
  • Josélitos
    11 jan, 2017 Lisboa 09:41
    E porque haveriam de guardar para si próprios as suas opiniões e pontos de vista. E ainda para mais num pais livre. Vosmecê não guarda para si meamo as suas. Ah frei Tomás...
  • Bruno
    11 jan, 2017 famalicao 09:37
    Religião e Moral nas escolas, NÃO!!! comentadores sem escrúpulos.
  • Maria
    11 jan, 2017 Lisboa 09:34
    A hipocrisia é um mal terrível!! Está errado abortar, falar do aborto e ao mesmo tempo através da educação e da informação evitá-lo, mas já é correcto o abandono, a negligência e a violência sobre as crianças. Como mulher preferia mil vezes abortar (no entanto nunca o fiz, pois tive uma educação aberta e sem tabus) a ter um filho que não fosse desejado ou numa altura em que não o pudesse criar. Agora, felizmente, vivemos numa sociedade um pouso mais aberta porque antigamente uma mãe solteira era proscrita, olhada com desdém e até marginalizada. Não sejamos hipócritas!
  • 11 jan, 2017 Portugal 08:39
    Mas porque é que têm de vir meter o nariz onde não são chamados? Podem ter opinião, como cada um tem a sua, mas que a guardem na consciência. Preocupem-se mais com a podridão interna e porque não até com alguma educação sexual de certos membros do clero.
  • Lima
    11 jan, 2017 ALverca do Rabarejo 08:01
  • Maria
    11 jan, 2017 Bristol 06:16
    Não se trata de ser padre,trata_se de vida,o acto abortion,is crime,país devem ser informados,se não houver país ,algum familiar dever ser informado,antes de tomar a iniciativa de o fazer,primeiro a pessoa dever ser ajuda,em caso de risco de vida,está correcto os médicos ,ou enfermeiros/as tomarem ação,mas os pais ou familiar mais perto deve ser informado,essa lei de apartar dos 16 não darem informação aos pais deve ser mudada,não se trata de de m respeito,e defensor do direito humanitária,essa é à realidade.
  • joaqum Santos
    10 jan, 2017 Tojal 23:53
    Propôs o PS à votação do Parlamento Europeu em 2014, o reconhecimento de um suposto "Direito ao aborto" e em que se recomendava a prestação de serviços de aborto de "alta qualidade" como obrigatória por todos os sistemas nacionais de saúde dos Estados membros, bem como o financiamento público das organizações que prestam tais serviços. A proposta do grupo parlamentar português pretendia ainda a restrição do direito à objeção de consciência dos profissionais de saúde, o acesso à reprodução artificial por mulheres solteiras e lésbicas e uma educação sexual das crianças compulsória e "livre de tabus", que desse uma imagem "positiva" dos homossexuais, transexuais e promovesse tais práticas. Para além disto, a proposta sugeria que se atribuísse a maior idade sexual a partir dos dez anos e defendia as aulas práticas de sexualidade anal e oral através de preservativos com aromas a frutos, segundo as recomendações da Comissão Para o Controlo da População da ONU.

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