07 dez, 2016 - 16:28 • Hugo Monteiro
A Metro do Porto reconhece a existência de dificuldades para responder à procura nas horas de ponta, nomeadamente na Linha Amarela (ou Linha D), que liga Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia ao Hospital de São João, no Porto.
No dia em que o metropolitano de superfície faz 14 anos, a empresa avisa mesmo para a possibilidade de a situação se manter, pelo menos, por mais dois ou três meses e a culpa... é da troika.
Em declarações à Renascença, fonte da empresa Metro do Porto justifica as dificuldades pelo facto de "sete ou oito veículos" estarem parados por não terem ainda sido sujeitos à inspecção obrigatória, no momento em que as composições atingem a metade do "tempo de vida" previsto, que ronda 30 anos.
Algumas dessas inspecção não foram efectuadas, segundo a fonte, por causa dos constrangimentos dos anos da troika: "[Os constrangimentos] não permitiram que o processo avançasse mais cedo e de forma faseada."
As inspecções começaram a ser cumpridas agora, a duas composições de cada vez, um processo demorado, jáque obriga a que as carruagens sejam praticamente desmontadas peça a peça.
Enquanto a situação não está normalizada, a empresa garante que todos os horários e a periodicidade das ligações vão ser cumpridos. No entanto, não será possível duplicar a capacidade das composições, tal como era habitual, para responder à procura durante as horas de ponta.
“O pessoal vai como a sardinha”
Na manhã desta quarta-feira, a reportagem da Renascença ouviu as críticas dos utentes da Linha Amarela, que se queixam-se de excesso de lotação, principalmente, entre as 8h00 e as 9h00.
Fernando Castilho utiliza habitualmente esta linha e diz que “junto às estações da Avenida da República, há muitos pontos de convergência com camionetas e até com o comboio, em General Torres”. Por isso, “a partir das 8h00 há muita gente”, pelo que “a situação torna-se insuportável, o pessoal vai como a sardinha”.
Já Daniela Sousa percorre, diariamente, a linha entre as estações de D. João II e a do Pólo Universitário. Conta que o metro “cada vez está mais cheio".
"Muitas vezes, até ficamos, literalmente, encostados ao vidro, sem espaço para nos mexermos. Às vezes, as pessoas nem conseguem sair nas estações que querem. Só saem na seguinte, porque é tanta gente que não conseguem passar."