05 dez, 2016 - 15:25
As Nações Unidas lançam o maior apelo de sempre para ajuda humanitária. A ONU precisa de mais de 20 mil milhões de euros no próximo ano, uma verba recorde, superior em 10% face à quantia de 2016, justificada com a situação na Síria, que vai absorver mais de um terço desta verba.
O escritório da ONU para a Coordenação da Ajuda Humanitária quer fazer chegar ajuda a 93 milhões de pessoas em 33 países, a maioria em África.
Este é o maior montante que este escritório, que dá apoio às agências da ONU, assim como às organizações não-governamentais nas questões humanitárias, alguma vez solicitou, de acordo com o seu dirigente, Stephen O’Brien, citado pela agência Associated Press.
“Isto reflecte um estado das necessidades humanitárias no mundo que não víamos desde a Segunda Guerra – mais de 128 milhões de pessoas precisam urgentemente do nosso apoio e solidariedade para sobreviver e viver em segurança e com dignidade”, afirmou O’Brien, em declarações aos jornalistas em Genebra.
“Mais de 80% das necessidades resulta de conflitos provocados pelo homem, muitos dos quais chegaram a um impasse e precisam de cada vez mais ajuda humanitária ao longo dos anos”, continuou o director do OCHA.
Apelos como este, correspondente ao programa Resposta Humanitária Global, geralmente não atingem os montantes pretendidos e são baseados em estimativas, mas estabelecem referências importantes para as necessidades em todo o mundo.
De acordo com um comunicado do OCHA, os conflitos no Iémen, Síria, Sudão do Sul e Nigéria são os que suscitam maiores preocupações, mas as alterações climáticas e catástrofes naturais, como as provocadas pelo El Niño, “estão a empurrar muitas comunidades para o limiar da sobrevivência”.