29 nov, 2016 - 06:16
As autoridades colombianas reduziram de 75 para 71 o número de mortos no desastre com o avião em que seguia a equipa brasileira do Chapecoense. O aparelho da companhia Lamia caiu na segunda-feira à noite numa zona montanhosa, a cerca de 50 quilómetros da cidade de Medellín.
Em comunicado, a Unidade Nacional para a Gestão de Risco de Desastres da Colômbia informou que, após confrontar dados, "estabeleceu-se que o total de pessoas que viajavam para a Colômbia eram 77 passageiros e não 81, como inicialmente aparecia nos registos".
Observando as listas de embarque dos passageiros no Brasil, na Bolívia e na Colômbia, chegou-se à conclusão que "apenas embarcaram no voo 68 passageiros de origem brasileira e nove membros da tripulação de origem boliviana".
As autoridades colombianas adiantam que foram resgatados 71 corpos, sendo que há seis sobreviventes: o guarda-redes Jackson Follmann, o lateral Alan Ruschel, o defesa central Helio Zampier Neto, o jornalista Rafael Henzel e dois membros da tripulação.
O aparelho da companhia aérea Lamia tinha feito escala na Bolívia e aproximava-se do aeroporto de José María Córdova, na cidade colombiana de Medellín.
As duas caixas negras com os registos do voo, que podem ser fundamentais para apurar os motivos do desastre, já foram encontradas.
Caixas negras do avião da Lamia. Foto: Aeronautica Civil
Segundo o primeiro comunicado do aeroporto colombiano, o avião deu conta de “falhas técnicas” e perdeu contacto com a torre de controlo quando sobrevoava o município de La Ceja. Responsável da Aeronáutica Civil colombiana já veio garantir que as causas do acidente estão a ser investigadas.
As equipas de socorro e salvamento acorreram ao local, mas as condições adversas do terreno estão a dificultar as operações. O sítio é montanhoso e chove muito. Não é possível utilizar helicópteros e o resgate está a ser feito só com ambulâncias e veículos de todo-o-terreno.
O percurso que acabou em tragédia. Clique nos ícones para ver mais informação
As autoridades activaram o plano nacional de emergência e pedem à população que não se desloque para o local.
O avião, que se desfez no chão mas não explodiu, transportava 72 passageiros e nove membros da tripulação. A lista completa dos passageiros foi publicada "online".
Informações dão conta de que o piloto esvaziou o tanque do aparelho antes da queda, de modo a evitar a explosão.
Três dias de luto
O Presidente do Brasil, Michel Temer, decretou três dias de luto na sequência do acidente de avião que vitimou grande parte da equipa da Chapecoense.
Em nota oficial, Temer lamenta o sucedido e oferece todo o apoio possível aos familiares das vítimas.
"Nesta hora triste que a tragédia se abate sobre dezenas de famílias brasileiras, expresso minha solidariedade. Estamos colocando todos os meios para auxiliar familiares e dar toda a assistência possível", lê-se na nota também publicada no Twitter.
Jogos suspensos
A equipa de futebol Chapecoense (da cidade brasileira de Chapecó) ia participar na primeira mão da final da Taça Sul-americana, onde iria defrontar o Atético Nacional. A equipa é treinada por Caio Junior, que jogou em clubes portugueses. Marcelo Boeck, que jogou no Marítimo e no Sporting, faz parte da equipa, mas não viajou por opção do técnico.
O jogador brasileiro Alan Ruschel foi a primeira vítima a chegar ao hospital de La Ceja. Jackson Follmann e Danilo Padhila foram transportados para outros hospitais, mas Danilo acabou por morrer. O fisioterapeuta da equipa, Rafael Gobbato, também chegou com vida ao hospital. Muitos feridos foram levados para a clínica San Juan de Dios.
O jogo entre a Chapocoense e o Atético Nacional estava marcado para quarta-feira, mas a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que organiza a Taça, suspendeu todos os jogos, devido ao acidente.
[Notícia actualizada às 22h24]