A+ / A-

“Alguma coisa estava a correr mal”. Testemunha viu “operários a chorar e em estado de choque"

28 nov, 2016 - 15:54 • Cristina Nascimento

Duas pessoas morreram numa derrocada num prédio do centro de Lisboa.

A+ / A-

Uma testemunha ocular da derrocada, na manhã desta segunda-feira, de um prédio no centro de Lisboa, em que duas pessoas morreram, relatou à Renascença que uma placa interior do edifício terá desabado por volta das 10h00, soterrando dois dos trabalhadores que estavam em obra.

Salvador Gomes é trabalhador de uma imobiliária nas redondezas e ia a passar na altura da ocorrência. Teve oportunidade de falar com alguns dos cerca de dez operários que se encontravam no exterior do prédio na Rua Alexandre Herculano, encontrando-os visivelmente abalados.

“Assisti da parte de fora, estava a passar na rua e reparei que os operários estavam cá fora a chorar e em estado de choque. Vi que alguma coisa estava a correr mal”, contou.

"Vi os bombeiros a chegarem pouco tempo depois. Entraram com as equipas cinotécnicas, com os cães. Os operários disseram logo, 'foram dois colegas que ficaram lá'.” “Uns dez trabalhadores ficaram cá fora, estavam em estado de choque. Verem colegas a serem soterrados, deve ter sido um pandemónio...”, contou.

Salvador Gomes disse ainda que os trabalhadores que conseguiram sair depois do desabamento “ficaram todos bem”, e que “foi tudo muito rápido”.

“Esses com quem eu falei na obra disseram que não houve hipótese, sequer, de os salvar, porque a placa desabou toda, a fachada desabou toda. Isto é uma falha grave”, critica.

“Para porem lá uma máquina dentro a bombear cimento com aquela vibração toda, ainda por cima com as chuvas que houve agora estes dias, é óbvio que algo ia correr mal”, defende.

O pedreiro diz ainda que os trabalhadores que estavam na obra “estão proibidos de falar”. “Estão a bombear cimento há uma semana com uma máquina que faz uma trepidação enorme. Isto é a explicação do senhor da obra, que aquilo desabou porque a máquina que la esta dentro a receber o cimento faz muita vibração”, acrescentou ainda Salvador Gomes.

O incidente registou-se na Rua Alexandre Herculano, n.º 41, na esquina com a Rua Rodrigo da Fonseca.

Segundo Pedro Patrício, comandante do regimento de Sapadores de Lisboa, na obra estavam dois trabalhadores de nacionalidade portuguesa.

O trânsito na Rua Alexandre Herculano foi reaberto cerca das 14h30, continuando ainda fechada a Rua Rodrigo da Fonseca. Apesar de a entrada principal do edifício se fazer pelo número 41 da Rua Alexandre Herculano, no centro da cidade, o imóvel localiza-se na esquina com a Rua Rodrigo da Fonseca.

[Notícia actualizada às 18h09. A vítima que estava desaparecida morreu]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • panzeravic
    28 nov, 2016 Parede 19:31
    a/at DE "desatina carreira":: Não corriJam NADA! A notícia está correcta, já que, o acidente de trabalho, deriva da queda de parte do prédio, que se torna a causa do acidente. Agora, visto que se trata de prédios antigos, de uma zonaantiga, há que verificar e averiguar com Muito Rigor, se houve negligência no planeamento e execução dos trabalhos, para que, se houver culpados, de facto, não seja mais um caso em que "a culpa morra solteira"! São duas vidas humanas que se perderam!
  • ó ana
    28 nov, 2016 lx 19:21
    para expressar coisas serias, vá primeiro aprender a escrever!...debita o que desconhece!
  • Eborense
    28 nov, 2016 Évora 19:03
    Grande tristeza. Que Deus os tenha!
  • Corretor
    28 nov, 2016 Lisboa 18:23
    Desatina Carreira: aproveite a leva e corrija o "corrigam" e "noticia"
  • ana
    28 nov, 2016 lisboa 17:56
    Onde esteve a fiscalização da Câmara á obra para não observar os erros que estavam a ser cometidos? quem nos diz que a outra vitima não poderia estar viva se nem sequer ainda a retiraram com medo que caia o resto, um dia para retirar uma pessoa que nunca se pode afirmar estar morta sem se ver ? Que tipo de construção estava a ser feita para caírem 3 pisos de uma vez só? Engenheiros e arquitectos têm que ser responsabilizados por isto, por alguma coisa falhou e matou duas pessoas, foram destruidas 2 familias por negligência de quem está á frente desta obra. por aqui também se pode imaginar o que seria de nós se ocorre-se um sismo em Lisboa, quantos prédios iriam cair por defeitos de construção, quantas pessoas iriam morrer por falta de assistência debaixo dos escombros, claro que não estamos preparados e que iam morrer milhares de pessoas.
  • desatina carreira
    28 nov, 2016 queluz 17:02
    um acidente de trabalho não foi um desabamento de um prédio corrigam a noticia obrigado
  • Isabel
    28 nov, 2016 ST M Feira 17:01
    Paz a sua alma...............

Destaques V+