​Esta escola é um laboratório vivo

A EB do Prado, na aldeia de Ferreiros, Vila Real, vai hastear, pelo décimo ano consecutivo, a bandeira de “Eco-Escolas”. O acto simbólico acontece na segunda-feira e distingue uma aventura ecológica que começou “com uma horta, há 13 anos” e que foi ganhando terreno “no gosto das crianças, professores, auxiliares, pais e comunidade envolvente”.

A escola tem 95 crianças, 25 delas frequentam o jardim de infância. Aqui os pais dos alunos são convidados a ajudar a tratar da horta, da compostagem e até mesmo do galinheiro e da coelheira.

Paulo André, pai do pequeno Guilherme, de cinco anos, vai distribuindo boa disposição, enquanto ajuda a cavar a terra mais dura.

“Ao ajudar também estamos a contribuir para o ensino dos miúdos. Estamos a dar o exemplo e até mesmo a ir buscar memórias à infância”, diz, satisfeito com a manhã de trabalho.

A coordenadora da EB do Prado, Luísa Queirós, conta que “o que diferencia esta eco-escola é o facto de tudo ser feito pelas crianças, pelos pais, pelos professores, pelos funcionários”. “Todas as crianças estão envolvidas através de um projecto comum à escola”, realça.

A escola tem vindo a somar prémios ligados à ecologia e à preservação do ambiente. Além de ser considerada eco-escola, foi também premiada, recentemente, pela qualidade da horta biológica.

Educar não é só aprender a ler e a escrever

Na eco-escola há uma horta, que obedece a várias regras, entre elas produzir produtos endógenos, animais, árvores de fruto, um pequeno lago, compostagem e até uma “casa na árvore”, ideal para observar pássaros e ensinar a ver o mundo noutra perspectiva.

“A nossa escola funciona como um laboratório vivo. A horta também é pedagógica. Educar não é só aprender a ler e a escrever. Queremos que os nossos meninos sejam eco-estudantes responsáveis”, conta Luísa Queirós.

Segunda-feira é dia de festa na EB do Prado. Para além do hastear da bandeira que a certifica como sendo uma das “Eco-Escolas” de Portugal, será também dia de feira de outono. As crianças vão poder vender a toda a comunidade alguns dos produtos produzidos e transformados na escola, como compotas, ovos e produtos hortícolas.