28 out, 2016 - 12:45 • Rui Viegas
Dias Ferreira lembra Jorge Jesus na hora da expressiva reeleição (95,5%) de Luís Filipe Vieira para um quinto mandato na presidência do Benfica.
O antigo dirigente do Sporting, actual comentador e conhecido adepto leonino, quando convidado a olhar para o que se passou quinta-feira na Luz recorda que Vieira só conseguiu o que conseguiu com a ajuda de um homem [Jorge Jesus] que hoje é considerado "persona non grata" no Benfica. "Ingrato", diz mesmo Dias Ferreira.
"Esquece-se que alguém teve muita influência na hegemonia do futebol que Luís Filipe Vieira adquiriu. É lamentável que pareça que, de um dia para o outro, essa pessoa foi a besta negra. Demonstra sentimentos que não aprecio. Um mandato e meio foi feito com um treinador. E, agora, ver essa pessoa ser atirada para os 'infernos'. Nunca gostei de pessoas ingratas", refere, em entrevista a Bola Branca.
Por outro lado, o antigo responsável pela mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal equaciona o que teria sucedido se Vieira tivesse um concorrente nas eleições.
"Votaram 13 mil pessoas e se o universo do Benfica é constituido por mais de 100 mil, se houve quatro e meio que votaram contra, questiono se houvesse outro candidato se a expressividade seria tanta. Quando há apenas uma lista única, a pessoa sair de casa para votar contra... Já vi eleições no Sporting, com 90% para um candidato e 10% para outro, em que passado algum tempo essa situação estava mais do que invertida. Portanto, estas eleições sem adversário podem ter sempre várias leituras", acrescenta.
Sporting com teste "importante" mas "não decisivo" na Choupana
Após o empate (1-1) em casa com o Tondela, o Sporting visita o Nacional da Madeira, esta sexta-feira. Para atrás ficou uma semana de desconfiança em relação à equipa de Alvalade, iniciada com a forte contestação sofrida pelos jogadores. Logo no relvado, quando se consumou a igualdade frente aos tondelenses.
"Condeno as assobiadelas durante o jogo, dirigidas a um jogador, porque criam pressão intolerável. Mas, após o jogo manifestar o seu desagrado... se a massa associativa não exigisse então não sei o que estaria lá a fazer. A claque quando está desagradada pode manifestar o seu desagrado, não está lá só para apoiar", faz notar o ex-dirigente, ao mesmo tempo que dá o "passo em frente".
"[Nacional-Sporting] É um jogo importante, porque não há melhor maneira de dar a volta a eventos contrários, nesta altura em que o Sporting se tem apresentado menos bem. Pode ser um pequeno abalo, mas ultrapassável. Não estão comprometidos os objectivos finais", conclui Dias Ferreira.
Nacional e Sporting jogam esta noite (21h00) no Estádio da Madeira, para a 9ª jornada da Liga. Um embate com relato na Renascença e ao minuto na rr.sapo.pt