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Opositores de Maduro saíram à rua para exigir referendo na Venezuela

26 out, 2016 - 19:08

No dia 21 de Outubro, a justiça suspendeu o processo de referendo que pretende destituir Maduro.

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Milhares de venezuelanos, incluindo luso-descendentes, "tomaram" várias cidades da Venezuela, em protesto pela decisão do Conselho Nacional Eleitoral de suspender o processo para realizar um referendo revogatório do mandato do Presidente Nicolás Maduro.

"Chegámos a um momento em que é preciso protestar energicamente para que os políticos entendam que o país está mal, que não podem estar de costas para o povo. Ninguém quer ditadura, nem passos antidemocráticos mas é preciso lutar porque é o futuro que está em causa, um futuro que cada dia vemos mais complicado", explicou um luso-descendente à Agência Lusa.

Com 24 anos e a estudar engenharia, Marcos Lopes, encontrava-se junto a dezenas de companheiros e amigos que se concentraram na auto-estrada de Prados del Este, para marchar, "para pressionar, para que activem a recolha de assinaturas para revogar (o Presidente) Nicolás Maduro".

"Uma ideologia política não pode estar por cima do bem-estar da população. O país está em crise económica, social e política e os 'politiqueiros' não entendem a gravidade da situação, que isto (a crise) está além do ser de esquerda ou de direita ou dos abusos históricos que ambas tendências cometeram ao longo da história", explicou outro luso-descendente à Agência Lusa.

Roberto Fernandes, estudante de arquitectura, acredita "que ainda é possível obrigar o Governo a dar um passo atrás nas políticas erróneas que aplica desde há 17 anos" e fazer também "a oposição reflectir sobre que os interesses do país devem ter prioridade sobre os pessoais".

Os protestos, designados pela oposição como "tomada da Venezuela", ocorreram em várias cidades do país, entre eles Caracas, Barquisimeto, Maracay, Valência, San Cristóbal e San António del Táchira (fronteira com Colômbia), havendo informações não confirmadas de que pelo menos duas dezenas de pessoas foram detidas no município Sucre (a leste da capital).

A oposição denunciou que 10 estações do Metropolitano de Caracas estiveram encerradas e que funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) e da Polícia Nacional Bolivariana, colocaram pontos de controlo móveis, dificultando a circulação de viaturas de cidadãos desde várias regiões até Caracas, em particular na auto-estrada Regional do Centro e a auto-estrada Gran Mariscal de Ayacucho.

No dia 21 de Outubro, a justiça suspendeu o processo de referendo que pretende destituir Maduro.

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