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Estudo europeu. Comemos mais fruta, mas fazemos pouco exercício

25 out, 2016 - 07:28

Em Portugal, a diferença entre mulheres e homens com sintomas de depressão é maior, segundo o estudo que avaliou 21 países.

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Portugal tem a mais baixa percentagem de pessoas que praticam exercício físico frequentemente num conjunto de 21 países europeus, segundo um novo estudo.

O "European Social Survey", que analisa as atitudes quanto à saúde física e mental em 21 países, mostra que apenas 13,1% dos homens portugueses e 11,5% das mulheres praticam exercício físico com frequência.

Portugal e a Hungria surgem como os países com menos praticantes regulares de actividade física frequente (realizada três a quatro vezes por semana). No caso da Hungria são quase 15% os homens que praticam exercício com frequência, percentagem que desce para 10,5% nas mulheres.

Os dados do estudo europeu, recolhidos em 2014 e 2015, exibem a Finlândia, a Noruega, a Suécia e a Irlanda como países com os melhores indicadores no exercício físico praticado por ambos os sexos.

Ainda na análise aos factores comportamentais em Portugal, o país destaca-se pela elevada percentagem de homens (41,4%) que fumam mais do que 20 cigarros diários. Pelo contrário, apresenta também o mais baixo valor dos 21 países relativamente às mulheres fumadoras (14,7%).

Portugal mostra ainda a maior percentagem de homens que consomem álcool mais do que uma vez por semana (47,5%). Nas mulheres esse valor baixa para os 15,3%.

Já no consumo de fruta e vegetais pelo menos uma vez por semana Portugal surge destacado positivamente, com a maior percentagem de mulheres (82,7%) e de homens (76,2%) do conjunto dos 21 países analisados.

Mulheres mais deprimidas que homens

São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%.

"Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens", refere o estudo "European Social Survey", mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha.

Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a percepção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens.

As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços.

O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde.

Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por factores referentes às condições de habitação, seguindo-se os factores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou actividade física).

Em Portugal, o "European Social Survey" é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e é realizado por um consórcio constituído pelo Instituto de Ciências Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE).

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