A+ / A-

Legionella na Régua. Encerramento do hospital é "uma fraude completa”

01 abr, 2016 - 18:25 • Olímpia Mairos

Hospital D. Luís I fechou a 3 de Março e continua sem data prevista para reabrir.

A+ / A-

O médico Eduardo Miranda iniciou a sua carreira profissional no hospital D. Luís I, no Peso da Régua. Agora, exerce no privado e está preocupado com o futuro da unidade hospitalar que encerrou a 3 de Março, devido ao aparecimento da bactéria legionella nas condutas de água, em dois locais distintos do edifício.

“Isto é uma fraude completa. Há intenções subversivas por trás da legionella, porque efectivamente encontrou-se legionella numa quantidade muito residual em dois pontos do hospital que estavam desactivados. E, à luz das boas práticas, 30 dias era mais do que suficiente para resolver o problema e, pelo menos, pôr o hospital a funcionar nas condições em que estava anteriormente e pensar-se seriamente na sua requalificação física e de valências”, afirma Eduardo Miranda à Renascença.

O médico, que colocou duas tarjas na entrada do hospital com dúvidas sobre o caso de legionella, e prepara uma terceira para a próxima semana, afirma ter tido acesso às análises realizadas e garante que o que foi detectado não justifica o encerramento da unidade hospitalar.

“As análises dizem que foram encontradas legionellas da estirpe pneumófila grupo I nas águas sanitárias da ex fisioterapia e na ex oftalmologia, serviços desactivados há muito tempo. E as quantidades são irrisórias”, afirma Eduardo Miranda.

Segundo o clínico, o método usado foi o cultural e “aquilo que o laboratório caracteriza é que até 100 UFC de legionella, o risco ou a quantidade é classificada na categoria verde; de 100 a 10.000 na categoria amarela; acima de 10.000 na categoria vermelha. Foi encontrado num sítio 100 e noutro 250”.

“Para qualquer leigo, é fácil perceber o número irrisório do que foi encontrado, ainda por cima num sítio que estava encerrado e que não tinha qualquer tipo de ligação ou utilização da água da rede pública com os doentes e com os funcionários”, conclui o médico.

O Hospital D. Luís I integra o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Aquando do encerramento devido à legionella, tinha apenas em funcionamento o serviço de internamento.

A autarquia da Régua já enviou uma proposta à administração do centro hospitalar, Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e Ministério da Saúde, onde se defende a reabertura do hospital, fechado após o caso ‘legionella’, obras de requalificação no edifício e a implementação de uma urgência básica.

A Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro até à data não se pronunciou sobre o futuro do Hospital D. Luís I no Peso da Régua.

População teme futuro

O Hospital D. Luís I, no Peso da Régua, permanece encerrado, o que motiva a preocupação e o receio de grande parte da população.

Joaquim Pinto, 76 anos, não entende o encerramento do hospital e questiona os motivos. “Não sei se houve motivo para o fechar ou se foi uma invenção dos políticos, o que sei é que a unidade está a degradar-se, fechada, e que faz muita falta à cidade”, afirma à Renascença, convencido de que “a legionella foi uma desculpa para encerrar”.

Também Ana Luísa, 52 anos, natural de Mesão Frio, se interroga sobre os motivos que conduziram ao encerramento do hospital reguense. “Por que é que isto está fechado? Será verdade essa legionella? Será verdade isso ou quiseram um pretexto para fechar o hospital?”, questiona-se, para logo de seguida dar a resposta: “Para mim, foi um pretexto e como não tinham mais nada para fazer, fecharam o hospital que tanta falta faz”.

Maria Cândida, 85 anos, passeia junto à rotunda do hospital da Régua, olha o edifício e exclama: “É uma vergonha. Fizeram isto para fechar o hospital, porque não tinham outros motivos. Deixaram-nos sem assistência nenhuma”. A octogenária diz que, “agora, quem fica doente, tem que ir para Vila Real e lá o hospital está sempre cheio, com macas por todos os lados e ninguém tem pena dos velhos”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • jose luiz S.Pinto
    02 abr, 2016 Peso da Régua 16:05
    O Ministro; A Legionela; A Sarna Sentado no meu canto estava a tentar compreender a decisão do actual Ministro da Cultura de demitir através dum Jornal, o Gestor do CCB Professor António Lamas. Se é verdade que o Ministro tem o direito (quanto a mim errado) de substituir quem não tem a sua confiança política, deve fazê-lo sem arrogância, prepotência e muito menos com justificações aviltantes. Justifica S.Exª, o socialista convicto, democrata dos três costados, pretender para a função alguém: - mais experiente, muito mais jovem. É caricata a afirmação, porque se formos analisar o seu curriculum, depressa chegaremos ao óbvio, não ser a pessoa indicada para o metier, por existirem neste rectângulo à beira mar plantado, centenas de indivíduos com mais capacidade, com melhor formação académica e experiência, para o substituir. Presunção e água benta, cada qual toma a que quer!! Afirmou sua Exª. alto e em bom sou, para não haver dúvidas, quem manda sou eu:- Se até segunda feira o Gestor não se demitir, serei eu a fazê-lo. Queria o Exº., imitar o General Humberto Delgado, quando perguntado o que faria a Sua Exª. o Sr. Professor Dr. António da Oliveira Salazar se ganhasse as eleições respondeu:- Obviamente demito-o? Se era essa a ideia errou o alvo, pois a nossa Constituição, não permite demissões por motivos políticos. Belo exemplo transmitido aos empresários a quem obrigam a pagar a pessoal que nada faz. Parabéns a você Sr. Ministro democrata. Quer ele, o Sua Exª., imitar o incomparável progenitor no que demais anti democrático se pode ser, ao tratar um GNR abaixo de cão, quando dá ordem para desaparecer, ou quando queria resolver a saga dor Retornados, deitando-os ao mar? Para tudo é preciso sorte, mas nós portugueses nascemos com o destino de sermos governados por gente menor. Estava como disse a tentar formular a minha opinião quando ouço: - José Luiz, José Luiz, anda ver a TV, vão falar sobre a Régua. Se estava pensativo, pior fiquei. As TVs quando dão notícias da Régua são sempre más : - Foi preso um tipo com droga; Foi apanhado um tipo a roubar, etc. Ora desta vez a notícia era sobre o semi-Hospitalar da Régua. Que sim, foram encontradas gotículas transmissoras da Legionela. Para meu espanto, já estava presente a subdirectora da Saúde a comandar a evacuação dos doentes, a transferência de pessoal médico, de enfermagem, e restante equipa auxiliar. Disse cá para mim: - A coisa está feia, para tirar da cama tão cedo aquela alta personalidade. Continuei a ouvir à espera de saber quantos tinham sido contagiados. Nem um. Nem um? disse para mim!! Se não houve legionários, nem UM, então não há Legionela. Mais reforçado saí desta conclusão, quando informaram que os doentes e restante comitiva foram deslocados para o Hospital de Chaves a 200 Kms. Tenho para mim e o representante do Sindicato dos Enfermeiros corrobora, que esta foi um Legionela importada do mesmo sítio que fabricou a doença das vacas loucas, ou a Gripe das Aves. Esperemos e esse é o meu desejo, assistir à reabertura do semi-Hospitalar, porque mesmo com poucas valências sempre tem utilidade mais que não seja, para dar empregabilidade a algumas dezenas de funcionários. Pensando ter chegado o fim da desgraça, logo fomos informados com enfase desusada, que os alunos da Escola da Régua, tinham sido atingidos por mais uma doença, a Sarna. Senti logo com uma comichão desgraçada ao ver aquela jovem mãe a coçar-se. Devia ser proibido transmitir essas coceiras na TV, pois estando esta junto às pessoas, facilmente pode propagá-las. As melhoras aos afectados. Como não há duas sem quatro, ou mais, eis dizerem agora estar o Elefante Branco construído na Alameda dos Capitães “agora Coronéis”, ocupado com uma colónia de ratas velhas e um batalhão de pulgas, não permitindo a sua inauguração. Para quando uma desinfestação do património reguense? Depois da filoxera que finou a Casa do Douro, da Legionela que fechou o Hospital, da tentativa de encerrar a Escola da Alameda com a Sarna, preparemo-nos para o desvio do Douro, por ser alegado que alguns taberneiros misturam a água do Rio…. com algum vinho. Pobre Régua que vais definhando sem que se ouça da parte de quem se prontificou defendê-la e até é pago para isso, o GRITO DO IPIRANGA. José Luiz da Silva PInto

Destaques V+