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Acesso ao Superior. Governo quer ajustar notas inflacionadas

21 out, 2016 - 09:06

Investigadores alertaram no ano passado que 24 escolas inflacionavam as notas internas dos seus alunos. Desse grupo, 14 eram colégios e 22 do norte do país.

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Os estudantes que frequentam escolas que inflacionem as notas internas poderão ter essas classificações “automaticamente ajustadas” no acesso ao ensino superior, de acordo com um relatório pedido pelo Governo.

A medida consta no relatório citado pelo “Jornal de Notícias” que foi realizado por um grupo de trabalho que avaliou o regime de acesso ao ensino superior, coordenado pelo ex-reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro.

“A proposta defende a introdução de limites máximos para os desvios das classificações internas usadas no concurso de acesso” ao ensino superior, escreve o jornal.

As notas internas de escolas que ultrapassarem esses limites, durante vários anos, podem ser submetidas a ajustes automáticos, apenas para efeitos de acesso ao ensino superior ou através da adopção de ponderações que corrigem as notas das escolas ou por ajuste directo da nota interna no cálculo da nota de candidatura.

O grupo de trabalho defende que “em ambos os casos, o efeito do ajuste neutralizaria a inflação das notas”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse ao jornal que a medida “poderá ser aprovada se reunir consenso”.

“O meu compromisso é não fazer nenhuma alteração ao regime sem ser consensualizada”, avançou.

Manuel Heitor disse ainda que esta “é uma questão a discutir” e sublinhou que o principal objectivo da revisão “é alargar a base social do ensino superior”.

Em 2015, o anterior ministro da Educação, Nuno Crato, confirmou que investigadores tinham alertado que 24 escolas inflacionavam as notas internas dos seus alunos. Desse grupo, 14 eram colégios e 22 do norte do país.

Comentários
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  • antonio
    21 out, 2016 Portugal 14:41
    Das 24 escolas, 14 serão privadas e 10 públicas. Ou seja, o problema não é apenas do privado, como muita gente quer fazer crer. O problema é outro. Já tive filhos no público e no privado. Nenhum é perfeito, mas haver notas um pouco mais altas numa escola particular justifica-se muitas vezes pelo esforço que a escola faz pelo aluno. Vejo menos isso na pública, onde o ensino é menos diferenciado, apesar de essa ser uma boa prática. Finalmente, e como alguém disse, é para isso que servem os exames nacionais. Fazer ajustes automáticos de notas é criminoso para alunos que se preparem bem, ou mal, para o exame.
  • graciano
    21 out, 2016 alemanha 14:19
    ha uns anos atras eu fornecia os livros e materiais para uma escola no porto dentro da mesma escola as professoras para a mesma classe escolhiam livros diferentes logo os alunos nao aprendiam a mesma coisa um dia uma professora da 4 classe escolheu uns livros de portugues que no fim do livro trazia uma errata porque o livro continha varios erros pergunto se um aluno ao ler sabia que as palavras estavam mal escritas para irem ver a errata a minha filha no 12ano ainda nao sabia a tabuada eu na 1 classe ja a sabia de cor os livros deviam ser editados por uma editora nacional e iguais para todo o pais e os exames iguais para todo o pais e assim nao haveria diferencas entre o publico e o privado e em vez de nas escolas falarem em sexo deviam falar de matemactica de historia de ciencia de geografia infelizmente neesse pais e tudo feito a pressa no meu tempo sabiamos mais na 4 classe do que hoje no 12ano o exame da 4 classe era um exame rigoroso que so passava quem estudava o exame era a nivel nacional e dividido em dois dias um de prova oral e outro de prova escrita
  • 21 out, 2016 12:32
    Esta vigarice combate-se com exames nacionais no 12º ano
  • Zé coveiro
    21 out, 2016 Alfama 12:13
    Para os colégios privados, vão os filhos dos políticos, banqueiros, grandes industriais e comerciantes, enfim , os filhos do capital . Sendo estes os donos disto tudo, alguma vez as regras vão mudar ? Não tenham ilusões. O FILHO DO BEBADO , NEM QUE SEJA UMA INTELIGENCIA, ESTÁ CONDENADO A SEGUIR A PROFISSÃO DO PAI, contudo, os filhos do CAPITAL, esses por muito burros que sejam têm que ser doutores, mais que não seja, para serem deputados, diretores, etc. e sobretudo serem grandes ladrões, e corruptos que é o que se tem visto a granel neste país.
  • Analfaveto
    21 out, 2016 Coimbra 12:06
    Isso é sabido, mas, como é que se vai resolver isso? Até em turmas iguais quer no público quer no privado há discriminação dos alunos... Só sendo a avaliação feita como se faz nos exames nacionais, tudo à mesma hora
  • MARIA
    21 out, 2016 VIANA 12:00
    Verdade, André, verdade! Conheço muitíssimos casos desses. Aliás, basta ver os rankings das escolas anualmente publicados nos jornais e observar as disparidades gritantes entre a classificação "interna" e as notas dos exames. Está lá tudo, com a identificação dos colégios e, já agora, sejamos justos, de algumas escolas públicas.
  • Joao Carvalho
    21 out, 2016 Lisboa 11:55
    País de Mentiras! Poortugal...
  • ms
    21 out, 2016 funchal 11:54
    ... inflaccionadas !! novo nome para "FALSAS"?
  • Carlos Silva
    21 out, 2016 Amora - Seixal 11:51
    É o resultado da batota e falta de honestidade do ensino privado defendido e apoiado pela direita PSD/CDS, na sua sanha de destruir o ensino público inclusivo e de qualidade!
  • Abílio Chaves
    21 out, 2016 Vila Pouca de Aguiar 11:44
    Acho muito bem que se faça qualquer coisa, eu vou dar um exemplo que se passou comigo. A minha filha que tinha excelentes notas em todas as disciplinas deu com um professor, de educação física, que não me podia ver então deu um 14 à minha filha e com isso fazia-lhe baixar a nota para 18, acontece que depois de eu reclamar foi avaliada por outro professor no 12º e esse deu-lhe um 17 e ela entrou para Medicina para a sua primeira escolha, mas se ela estivesse na escola Riba- Douro ela nunca teria menos de 19 em educação fisica porque isso nem sequer é avaliado a nível nacional e eu nessa época achei uma injustiça monstruosa. Vem sei que a educação física deixou de contar para a média e muito bem.

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