18 out, 2016 - 17:32
Bruno de Carvalho confessa ter ficado incrédulo quando leu o comunicado emitido pelo Benfica relativamente às buscas realizadas pelo Ministério Público no Estádio da Luz, na sequência da abertura de um processo judicial devido ao caso dos "vouchers" oferecidos às equipas de arbitragem.
A polémica estalou, recorde-se, precisamente depois de uma denúncia pública do próprio presidente do Sporting, em Outubro de 2015, num programa televisivo.
"Decidi fazer esta intervenção quando li o comunicado, que acho que é um atentado à inteligência humana e, sobretudo, àqueles que, como eu, andam no futebol", explicou Bruno de Carvalho, esta terça-feira, numa conferência de imprensa realizada na Academia de Alcochete, defendendo a ausência de interferências na investigação em curso.
"As instâncias têm de fazer o seu trabalho, o mais calmo possível", salientou, deixando mais uma "bicada" ao eterno rival.
"Não podemos escamotear as coisas e uma instituição com a dimensão da do Benfica quando faz um comunicado deve ter a noção clara que o mundo não começa nem acaba na Segunda Circular", rematou.
Mas há mais. Apesar de o Benfica ter esclarecido que requereu a Federação Portuguesa de Futebol a avançar com um inquérito e com uma exposição ao Ministério Público, Bruno de Carvalho torce o nariz.
"Nada do que está desencadeado partiu do Benfica, nada do que está a ocorrer parte da boa vontade do Benfica. Espero que se continue a ter a coragem de levar este assunto até às últimas consequências. Sou daqueles que até acredita que as coisas possam nascer tortas mas terminem bem. Só posso dar os parabéns e espero que esta equipa de investigação continue a fazer o seu trabalho de forma isenta e corajosa", completou.
Buscas à Luz em três parágrafos
O Ministério Público – DIAP de Lisboa confirmou esta terça-feira que foram realizadas buscas na SAD do Benfica, com vista à recolha de provas para um processo que está a dirigir e que diz respeito à exposição levada a cabo pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre o famigerado caso dos "vouchers".
Durante a manhã, o Benfica reiterou o seu empenho no "cabal esclarecimento e célere decisão" do caso dos "vouchers”, aberto por denúncias e acusações feitas por Bruno de Carvalho.
Em comunicado, e "na sequência de notícias vindas a público sobre o processo", os tricampeões nacionais de futebol relembram que, após as "insinuações e acusações", feitas a 5 de Outubro de 2015, "solicitaram à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que remetesse uma participação às instâncias competentes, visando promover a averiguação da situação referida no mais curto espaço de tempo".