29 set, 2016 - 06:32
Um cidadão de nacionalidade argelina conseguiu furar os controlos de segurança da zona internacional de embarque do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde fazia uma escala, e encontra-se agora em parte incerta. Está em curso uma caça ao homem em Lisboa.
A notícia, avançada pelo "Jornal de Notícias", já foi confirmada à Renascença pelo Ministério da Administração Interna.
"O MAI confirma a saída do Aeroporto de Lisboa, de um cidadão estrangeiro que estava em trânsito, provindo da Argélia e com destino a Casablanca. Trata-se de uma situação de tentativa de imigração ilegal, tendo sido accionados os necessários mecanismos para estas situações", lê-se na nota enviada à redacção. O mesmo documento acrescenta que o ministério "não fará mais comentários sobre este caso".
De acordo com o "Jornal de Notícias", o indivíduo está identificado e as autoridades já verificaram que não tem ligações conhecidas ao terrorismo, nem a crimes violentos. Assim, poderá tratar-se de um caso de imigração ilegal, em que o cidadão argelino terá como destino o norte da Europa.
O homem saiu anteontem de Argel, num voo com destino a Casablanca, em Marrocos e com escala de 11 horas em Lisboa. Foi nessa altura que conseguiu furar a segurança e fugir.
Segundo
o jornal, suspeita-se que o indivíduo pode ter tido apoios dentro do aeroporto e
em Lisboa: em primeiro lugar, porque terá revelado um bom conhecimento da
área; em segundo, porque foi rápido a desaparecer. A confirmar-se, esta fuga poderá incluir-se numa nova forma de imigração ilegal,
com apoios específicos. Um novo método com casos similares já registado
noutros países, como em Espanha, França e Itália.
PSP, GNR, e Judiciária
estão em alerta e a analisar as imagens dos sistemas de videovigilância, para
perceber como pode ter ocorrido esta fuga.
Primeiro caso em Julho
Este é, pelo menos, o segundo incidente no aeroporto Humberto Delgado nos últimos meses. No final de Julho, outros quatro cidadãos argelinos invadiram a pista do aeroporto de Lisboa. Na altura foram detidos e, cerca de duas semanas depois, julgados.
O Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa considerou-os culpados do crime de atentado à segurança de transporte no ar e condenados a quatro anos de pena suspensa.
Os argelinos pediram asilo em Portugal, alegando que não tinham forma de subsistir na Argélia e justificaram a tentativa de fuga às autoridades com o facto de não terem um visto para entrar no nosso país, e com o receio de serem identificados pelas autoridades, dado que um dos quatro detidos já estava proibido de entrar no espaço europeu. O pedido foi recusado.
[notícia actualizada às 8h08]