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Presidente francês: É "moralmente inaceitável" Durão ir para a Goldman Sachs

14 jul, 2016 - 13:32

Contratação do ex-presidente da Comissão Europeia tem sido muito criticada.

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O Presidente francês, François Hollande, condenou esta quinta-feira como "moralmente inaceitável" o emprego do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso no Goldman Sachs.

O banco norte-americano Goldman Sachs anunciou na semana passada a contratação de Durão Barroso como presidente não-executivo da instituição e de consultor, num momento em que o sector financeiro foi abalado pelas dúvidas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

François Hollande, que visita Portugal no dia 19 deste mês, falava numa entrevista televisiva transmitida no âmbito das comemorações do dia nacional de França.

"Juridicamente é possível, mas moralmente é inaceitável", considerou François Hollande, recordando que Durão Barroso "foi presidente [da Comissão Europeia] durante dez anos" em que se deu a crise do mercado imobiliário ‘subprime’, na qual o Goldman Sachs foi "uma das entidades principais".

O chefe de Estado francês apontou ainda que o banco norte-americano "aconselhava os gregos sobre como esconder os números" das suas finanças para poder aderir à zona Euro da moeda única da União Europeia, com as consequências que isso veio a ter.

Antes de Hollande, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, defendeu que Barroso tem que renunciar ao emprego ou irá reforçar "o populismo" e o cepticismo em relação à Europa.

"Deve [renunciar], é uma questão de ética, de moral", declarou numa entrevista à emissora Europe 1, acrescentando que a contratação é "totalmente chocante e melhor seria que Barroso fizesse outra coisa".

Na quarta-feira, um outro governante francês tinha pedido solenemente a José Manuel Durão Barroso para não aceitar o emprego no banco, afirmando no parlamento que o político e ex-primeiro-ministro português "fez a cama dos antieuropeus".

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Harlem Désir, considerou que sua contratação é " particularmente escandalosa tendo em conta o papel desempenhado pelo banco durante a crise financeira de 2008, mas também o papel na camuflagem das contas públicas da Grécia".

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Comentários
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  • Jose
    25 set, 2016 11:00
    Faz anos que os Junkers faziam das suas. E anos antes já lhes atribuíam privilégios, como pertencendo a Junker, como eram denominados os membros da nobreza constituída por grandes proprietários de terras nos estados alemães anteriores e durante o 2.º Reich (1871-1918). A hipocrisia já vem de longe. É quando o divino espirito santo escolhe o cão ou, gato errado. Onde Diabo Anda Deus?
  • Fernando Ferreira
    13 set, 2016 Rio de Janeiro 16:03
    É inacreditável que postadores defendam uma figura destas, enquanto é criticado por todas as correntes políticas internacionais, menos o PSD. Essa linguagem que é inveja é falta de argumento. O que podemos esperar de direitistas/entreguistas, isso aí. A banca é responsável pela crise mundial e o Barrosinho foi ser testa de ferro desses ladrões do mundo.
  • Jorge Silva
    16 jul, 2016 Lisboa 16:16
    Pois eu também acho isso. Quem deveria ir era eu...
  • Paulo Portadas
    15 jul, 2016 Portela 01:48
    E o Hollande sabe o que é a MORAL? Esse ateu está a fazer com que os Franceses morram às mãos dos muçulmanos e ainda vem falar de moral? Pois, quantos mais terão que morrer para que se reponha em França os valores do Cristianismo. Hollande é um verdadeiro Hitler!
  • fields
    15 jul, 2016 lx 00:03
    Preocupa-te com os graves problemas que tens em casa e deixa os problemas dos outros...
  • Ana
    14 jul, 2016 Porto 22:51
    Há muito que se percebeu que os interesses pessoais e monetários estão acima de tudo na classe (?!) política, se é que em alguma altura deixaram de estar. A justificação de que não há irregularidades ou conflito de interesses na aceitação de certos cargos é a peneira com que tapam o sol. E o sol que querem tapar tem o nome de ética. Mas, pensando bem, onde está a admiração em mais uma atitude eticamente reprovável por parte do Sr. Durão Barroso? Não foi ele que em tempos chegou ao cargo de 1º ministro de Portugal, veio a terreiro lamentar o "país de tanga" que encontrou em Belém e pouco tempo depois esqueceu o povo "despido" e foi a correr para Bruxelas encher o ego (e os bolsos)? E quanto ao facto do Sr. Passos Coelho nunca ver nada de mal nestas jogadas de troca de cadeiras por "chaise-longues", também não é de admirar. Já antes não viu na decisão da ex-ministra Maria Luís Albuquerque. Que se dane a reprovação ética, o que importa é ganhar muito dinheiro. E quanto ao não alterarem as regras de forma a evitar este tipo de situações, também não há o que espantar. Eles/elas não alteram porque sabem que hoje são os outros, amanhã serão eles/elas.
  • Bela
    14 jul, 2016 Coimbra 22:31
    Moralmente inaceitável, é este individuo pagar tanto ao 'cabeleireiro' para tratar da sua escassa cabeleira. Convêm não esquecer que a actual a actual 'primeira-dama' que vive na sombra de França, tem benefícios pagos pelos contribuintes franceses, talvez por isso o ordenado pago ao dito cabeleireiro.
  • jorge baptista
    14 jul, 2016 vila moura 17:35
    O problema aqui é só um...É o dinheiro que ele vai ganhar que causa esta inveja toda...É mesmo à Portuguesa...Se calhar preferiam que ele ficasse numa empresa estatal como fazem todos os outros quando saiem dos cargos que ocupam...
  • Roberto
    14 jul, 2016 W.W.W. 17:08
    Este Durão é um ladrão!
  • Croissant Lose Euro
    14 jul, 2016 França 16:46
    Lá está o rei da ética falando... Avec hipócrita.

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