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Funcionários europeus criticam Barroso: "A simples decência nunca deveria levá-lo a aceitar" presidência da Goldman Sachs

14 jul, 2016 - 16:48

Sindicato pede a Durão Barroso que reconsidere cargo no banco de investimento.

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Um dos sindicatos que representam funcionários das instituições europeias considerou esta quinta-feira, numa carta aberta, que Durão Barroso deveria ter recusado em nome da “decência” o convite do banco Goldman Sachs e pede-lhe que reconsidere a aceitação.

O sindicato Renovação e Democracia defendeu que a decisão de Barroso de integrar os quadros do Goldman Sachs como presidente não executivo “afecta os funcionários” da Comissão Europeia.

“Os funcionários desta instituição a que presidiu durante dez anos são também vítimas da sua decisão, que só teve em conta os seus interesses privados, enquanto a simples decência nunca deveria levá-lo a aceitar tal função”, escreveu o sindicato.

A carta, assinada pelo presidente do sindicato, Cristiano Sebastiani, apelou ainda à renúncia do cargo, “nomeadamente pela aplicação do artigo 245” dos tratados, que estipula que os membros da Comissão Europeia assumem o “compromisso solene de respeitar, enquanto estiverem em funções e após a cessação das mesmas, as obrigações decorrentes do cargo, nomeadamente o dever de honestidade e discrição relativamente à aceitação, após essa cessação, de determinadas funções ou benefícios”.

O Renovação e Democracia sustentou que “neste caso”, é claro o problema da compatibilidade entre a aceitação do lugar no banco de investimento com “os deveres de integridade e discrição”.

“Além do debate jurídico, é de uma decisão moral que se trata antes de mais”, considerou Sebastiani, que pede a Durão Barroso que “reconsidere a sua posição”.

Durão Barroso, que presidiu à Comissão Europeia durante dois mandatos, de Outubro de 2004 a Outubro de 2014, vai ser presidente não executivo do Goldman Sachs International (GSI), sediado em Londres, já a partir deste mês.

A contratação tem sido motivo de muitas críticas, a mais sonora das quais do Presidente francês. François Hollande classificou-a, esta quinta-feira, como "moralmente inaceitável".

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  • Jorge
    14 jul, 2016 Lisboa 17:57
    O que dizer deste banco cujo CEO Lloyd Craig Blankfein diz que faz “a obra de Deus” ! Será o deus do Dinheiro certamente, mas nunca o Verdadeiro Deus!
  • Petervlg
    14 jul, 2016 Trofa 17:48
    Se calhar, queriam que fosse para uma micro empresa. existe alguma diferença entre este fulano ir para essa empresa e a Elisa Ferreira ir para a CGD. o povo anda completamente iludido
  • Edgar
    14 jul, 2016 Sesimbra 17:33
    Decência? Mas a malta do PPD lá sabe o que isso é...
  • paulo
    14 jul, 2016 vfxira 17:25
    Depois de ouvir e de ler tantas criticas á aceitação deste cargo por esta criatura,o que haverá mais a dizer? É um oportunismo,uma falta de ética ,de decência,de serviço de estado......etc......é uma atitude pouco digna ou digna de uma criatura que de valor nada tem.

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