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Refugiados. É "irónico" que seja a Hungria a impedir a unanimidade

22 set, 2015 - 10:43 • Teresa Almeida

Opinião do embaixador Francisco Seixas da Costa. Budapeste não aceita as quotas para acolher 120 mil refugiados e impede, assim, uma solução que há muito se espera para os milhares de migrantes que todos os dias chegam ao velho continente.

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O embaixador Francisco Seixas da Costa diz que não será fácil encontrar uma solução de unanimidade para permitir, no terreno, os recursos necessários para acolher os 120 mil refugiados, porque “todas as decisões nesta matéria têm de ser votadas por unanimidade, em particular, quando estas questões sobem ao Conselho Europeu”.

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus esclarece que, neste caso, o poder da Hungria está, precisamente, na sua possibilidade de dizer que não e o “que resta saber é quais são os mecanismos que a União Europeia tem na sua mão para contrabalançar a posição esta posição húngara”.

Olhando para o passado deste país da Europa Central, Seixas da Costa diz que “é quase irónico que a Hungria, que nos anos 50 tanto precisou da Europa, quando muitos dos seus cidadãos foram perseguidos, esteja na liderança da oposição a uma resposta positiva face aos refugiados”.

O embaixador admite ser difícil “definir no quadro institucional da União Europeia fórmulas para pressionar Budapeste”, mas considera que a condenação política da posição húngara por parte dos Estados europeus tem de existir.

“É evidente que qualquer tipo de compromisso com a Hungria e com as práticas que a Hungria leva a cabo é profundamente negativo para a imagem da União Europeia”, refere.

A crise dos refugiados mantém, assim, a Europa refém da posição de Budapeste.

Comentários
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  • José
    26 ago, 2016 Albufeira 13:34
    Bem haja Hungria , para que a covardia de certos lideres Europeus seja deitada abaixo.
  • IslamizaçãoLX
    22 set, 2015 Lisboa 22:24
    Acho estranho como nenhum orgão de comunicação social faz uma sondagem online sobre a recepção de refugiados/emigrantes no nosso país. Basta estar atento às redes sociais para ver a recusa dos portugueses, mas a comunicação social teima em mostrar um Portugal solidário. No meu local de trabalho - ESTADO - todos recusamos estes sírios, eritreus, afegãos, somalis, ...não percebo esta insistência!!! As mulheres são as quem mais recusa esta recepção - talvez porque esta gente considera as mulheres seres sem direitos.
  • Fernando Correia
    22 set, 2015 Braga 11:43
    A Hungria devia ter memória e lembrar-se que já passou por isto na 2ª grande guerra.Muitos Hungaros vieram migrados para outros países europeus,inclusivé Portugal.Recebemo-los de braços aberto,assim como os Austriacos. Como pode agora um povo que já sofreu o que é a guerra e imigrar agora fazer isto a esta gente que foge da guerra. Quando a memória é curta,até os ditadores têm sorte.Hoje a Hungria é a vergonha da Europa e da Democracia.A Europa da solidariedade deviam pôr esta gente fora do club, nem que para isso tenham que alterar o tratado.Para grandes erros,grandes remédios.

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