Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Uber vai deixar Macau após meses de "multas pesadas"

25 ago, 2016 - 12:00

A empresa lamenta ainda a actuação da polícia: passageiros levados para as esquadras para investigação ou a entrada nos domicílios de motoristas da Uber sem mandado.

A+ / A-

A empresa de transporte privado Uber vai deixar Macau em Setembro, após ter acumulado mais de um milhão de euros em multas desde que começou a operar na região chinesa em Outubro.

Uma carta da Uber Ásia citada, esta quarta-feira, pela imprensa local e publicada na página pessoal do Facebook do deputado Au Kam San na quarta-feira diz que "o governo ainda não está disposto a definir um calendário para a legislação que regula os serviços de carro partilhado [que a Uber tem vindo a fornecer]. Enquanto isso, tem aplicado multas extraordinariamente pesadas para os nossos motoristas, tornando-nos incapazes de operar em Macau".

"O dia 9 de Setembro será o nosso último dia de serviço [em Macau]", acrescenta a carta assinada pelo director geral da Uber Ásia, Mike Brown, entre outros responsáveis.

O deputado Au Kam San disse, citado pelo jornal ‘Tribuna de Macau’, que a carta da Uber foi enviada a todos os deputados da Região Administrativa Especial, a pedir para expressarem a sua opinião sobre o serviço junto do governo, depois de tentativas de contacto falhadas, nomeadamente com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário.

Na carta, a empresa lamenta a actuação da polícia, descrevendo além da aplicação de "multas pesadas", situações como passageiros levados para as esquadras para investigação ou a entrada nos domicílios de motoristas da Uber sem mandado.

Uma missiva semelhante terá sido entregue ao chefe do Executivo, Chui Sai On, a 16 de Agosto.

A empresa alega ter contratado mais de 2.000 condutores a tempo inteiro ou parcial em Macau, gerando "um efeito económico superior a 21 milhões de patacas (2,3 milhões de euros)".

Os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong convocaram um protesto contra a saída da Uber, para 4 de Setembro, às 15h00, na praça do Tap Seac.

Além da manifestação, foi também criada uma petição online contra a saída da empresa. O documento acusa os autocarros de "estarem sempre demasiado cheios", os táxis de "nunca estarem lá quando é preciso" e os lugares de estacionamento que "estão sempre em falta".

O serviço da Uber, que põe motoristas privados em contacto com potenciais passageiros através de uma aplicação de telemóvel, é considerado ilegal pelas autoridades de Macau que aplicam multas de 30.000 patacas (3.300 euros) nos casos em que "os veículos são utilizados em serviço remunerado com finalidade diferente da autorizada ou da constante da sua matrícula".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+