21 ago, 2016 - 00:34
O Ministério iraquiano dos Negócios Estrangeiros anuncia que está a acompanhar o caso da agressão a um jovem de 15 anos em Ponte de Sor, que envolve os filhos do embaixador daquele país em Portugal.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros segue de perto, com preocupação, o que surgiu na sequência da acusação aos dois filhos do seu embaixador em Portugal. Iniciou uma investigação para conhecer mais detalhes desde incidente e juntar informação veiculada pelos meios de comunicação social", lê-se numa mensagem publicada este sábado na página oficial daquela entidade na internet.
Na mensagem, o ministério iraquiano "reitera a sua vontade de manter a eficiência das suas missões diplomáticas, a sua boa reputação e solidez das suas relações com todos os estados, incluindo Portugal" e "confirma a colaboração com as autoridades portuguesas e com a equipa da embaixada do Iraque em Lisboa para tomar as medidas necessárias em relação à acusação".
Um jovem de 15 anos foi agredido esta semana em Ponte de Sor, tendo sofrido múltiplas fracturas. A vítima, que teve que ser transportada de helicóptero para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, terá sido agredida por dois gémeos de 17 anos, filhos do embaixador do Iraque em Portugal, que têm imunidade diplomática.
O caso já deu origem à abertura de um inquérito, segundo o gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) esclareceu, por outro lado, que as autoridades judiciárias não lhe solicitaram qualquer diligência, no caso da agressão ao jovem de Ponte de Sor, mas, caso seja feita, desenvolverá as acções "necessárias e adequadas".
"Sendo filhos de um chefe de missão diplomática, os jovens têm imunidade diplomática nos termos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. A imunidade de jurisdição penal é absoluta e só pode ser objecto de levantamento ou renúncia por parte do Estado representado por essa missão diplomática", adiantou o Ministério.