29 jul, 2016 - 20:28 • Aura Miguel , enviada especial à Polónia
Os horrores que se viveram nos campos de concentração não terminaram, continuam hoje em muitos lugares do mundo, disse esta sexta-feira à noite o Papa Francisco aos jovens que esperavam que lhes falasse junto à sua janela, em Cracóvia.
“Não quero desencorajar-vos, mas a crueldade não termina em Auschwitz e Birkenau: também hoje se torturam pessoas… há tantos prisioneiros torturados, homens e mulheres em prisões sobrelotadas, que vivem como animais. Isto é terrível”, disse o Papa à janela do Palácio dos Arcebispos, em Cracóvia, lembrando a sua visita de manhã aos campos de concentração.
“Quanta dor, quanta crueldade! Como é possível que nós, homens criados à imagem e semelhança de Deus, sejamos capazes de praticar estas coisas?”, perguntou Francisco que, na meditação feita na Via Sacra, ao fim da tarde, tinha deixado também várias perguntas.
“Hoje também há crueldade. Sim, vemos a crueldade de há 70 anos, no modo como morriam e eram torturados, fuzilados, enviados para a câmara de gás… mas hoje passa-se o mesmo, em tantos lugares do mundo onde há guerra”, continuou o Papa, acrescentando que “Jesus veio para carregar aos ombros toda esta realidade”.
A terminar, Francisco deixou um apelo aos jovens para que rezem. “Rezemos por todos os que - como Jesus - têm fome e sede, estão doentes ou sós e abandonados. Rezemos por tantas crianças inocentes que carregam a sua cruz de criança…É uma realidade triste, mas é a realidade que Cristo quis carregar. Convido todas a rezarem pelo fim destas coisas feias e pelo mal no mundo.”
A Renascença com o Papa Francisco na Polónia. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa